Enchente de sentimentos
Numa
das viagens que fiz tive o privilégio de ver uma “barragem sangrando”, que nada
mais é do que, a vasão de águas por um lugar apropriado, as comportas são abertas
e a água simplesmente sai, com pressa e com força. Porém programada e sem danos
maiores.
Acredito
que somos exatamente como aquela represa, absorvemos sentimentos bons e ruins,
vindos de todas as direções, assim como a represa recebe as suas águas. Ora programadas,
ora de surpresas, impelidas pelas vicissitudes da vida.
Mas,
como toda represa, temos também nosso limite próprio, alguns mais rasos outros
mais profundos, porém, todos nós possuímos um limite para transbordar.
Se
não nos permitirmos que sejam abertas as comportas através de conversas,
desabafos e tudo mais que nos fizer sentir melhor e mais aliviados, corremos o
sério risco de arrebentar, ferindo e destruindo o que estiver pela frente.
Quem
já vivenciou ou mesmo assistiu pela TV uma reportagem sobre enchente, sabe a
força e a destruição que ás águas deixam para trás.
A
força de uma represa arrasta tudo que vê pela frente, muita coisa se perde,
muita coisa deixa de viver.
Em
nós, o arrebentar das represas emocionais, costuma deixar um rastro de
desolação, amargura e às vezes, até arrependimento, por ter ferido ou até mesmo
destruído, coisas que nos são cara.
Que
possamos saber o momento exato de deixar fluir o que excede, de forma mansa e
natural. Numa comporta de conversa aberta.
Conversa de Passarinho
10 de Março de 2013