segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

MIGALHAS DE AMOR




MIGALHAS DE AMOR

O amor não acaba, a gente acaba com o amor!
Essa é a realidade de muitos relacionamentos e não adianta fazer birra e tentar jogar a culpa no outro! Somos responsáveis pela morte do amor.
De repente você conhece alguém super legal. Papo vai, papo vem e quando menos espera, você está pensando nele mais do que deveria. As notificações no celular são checadas com mais frequência e ansiedade do que nunca e a decepção ao ver que a mensagem não é “daquela pessoa”, fica evidente em seu olhar, da mesma forma que o brilho se irradia pelo seu sorriso quando é a mensagem tão esperada.
Pouco a pouco vocês vão se conhecendo e se aproximando cada vez mais, quando você menos espera, essa pessoa já adentrou em sua vida de tal forma que fica difícil imaginar fazer algo sem a companhia da mesma, pois as coisas mais bobas do seu dia, já tem o toque e a leveza das piadas e brincadeiras que só os casais apaixonados conseguem manter.
Em meio a tudo isto, você percebe que se apaixonou perdidamente por esta pessoa e isso faz com que você se dedique e faça de tudo para que a relação prossiga de forma cada vez mais harmoniosa e feliz. Você dedica horas do seu dia pensando ou fazendo algo para os dois e o mínimo que espera é que o outro faça o mesmo, mas aí é que começa toda a confusão...
Somos seres completamente distintos e como tal, reagimos e sentimos de forma distinta! O que para um é de suma importância, para o outro passa totalmente despercebido. Quem mais faz, mais cobra... E quanto mais cobra, menos o outro faz. Pois, o outro não consegue enxergar com o olhar de quem tá cobrando e acha que tudo o que recebe é por mérito.
Relacionamentos é uma mão de via DUPLA!
Não adianta justificar de que são “diferentes” e que cada um tem a sua forma de expressar o amor que sente, pois amor sem “expressão” não é amor, é comodismo, desleixo, descuido. É qualquer coisa, menos amor.
Um dia alguém me disse que relacionamento é uma carroça onde os dois devem puxar no mesmo sentido, caso contrário não sairiam do lugar. Discordo desse conceito, amor não é uma carroça onde dois burros devem carregar os sentimentos como verdadeiros fardos divididos em partes iguais para que possam prosseguir pela jornada.
Amor é cura, leveza e aconchego. Quando passa a ser peso a ser dividido, deixou de ser amor e passou a ser apenas um fardo.
Obviamente que ninguém quer carregar um fardo por muito tempo e é aí que o amor começa a morrer. Mas, ele morre lentamente...
Morre em cada mensagem não visualizada ou desconsiderada.
Morre em ligações realizadas pela força do hábito e não do desejo de ouvir a voz do ser amado.
Morre nos pequenos gestos que deixam de ser feitos com a desculpa do cansaço.
Morre nas pequenas e mais bobas coisas que são deixadas para trás, mas que faziam toda a diferença no mundo do outro.
Quando o amor está morrendo, os sentidos são anestesiados, o outro passa a não enxergar as necessidades do ser amado, para de ouvir o apelo de quem ainda quer salvar o que sobrou, troca o toque da pele pelo da tela do celular, o diálogo harmonioso pela disputa de culpados e por fim, para de fazer sentido estar juntos.
Nesse processo, quem se doou, começa a recolher os seus pedaços de ilusão, que agora se revelam como desilusão. E catando o que sobrou, vai se tornando inteiro de novo. E quando isto acontece, põe um fim no sofrimento do amor que estava morrendo e que agora se libertou.
Muitos de vocês, que estão lendo este texto agora, com certeza já viveram situações como esta, em que vocês fizeram de tudo para que aquele amor tão belo fosse eterno. Mas, nem tudo acontece conforme desejamos, pois nem todos querem cultivar um amor, muitos apenas o semeiam para ver nascer e esquecem que o amor precisa ser cultivado e o deixam morrer por falta de cuidados e atenção.
E as desculpas para esse desleixo com o amor semeado no peito alheio, são muitas, entre elas:
“Você cobra demais!”
Claro que devemos sempre cobrar demais, porque não merecemos menos do que o que doamos. Nosso tempo e sentimentos são valiosos demais para serem desperdiçados por quem não sabe o que é o cultivo do amor.
Melhor sacrificar um amor que não floresce por falta de cuidados, do que viver de migalhas.

Luciene Linhares
01 de Janeiro de 2019



terça-feira, 2 de outubro de 2018

Agressão não é expressão, você não tem esse direito!



Agressão não é expressão, você não tem esse direito!

Semana passada eu estava matando o tempo no Facebook quando vi uma atitude deplorável! Uma amiga postou uma foto belíssima, na qual ela estava com maquiagem e um largo sorriso. E não é que o sorriso atraiu a mesquinhez de uma pessoa que era “amigo dela”, o amigo está entre aspas, porque a atitude dele não é nem de longe, de um colega, muito menos de um amigo!
O cara saiu de sua vidinha medíocre para insultar a moça gratuitamente! Ele expôs sua opinião grosseira, dizendo que a minha amiga estava feia na foto e como se não bastasse tanta falta de noção, ele ainda falou que as pessoas que a elogiavam na foto eram hipócritas e que ele não iria se passar por hipócrita só para agradar.
Ela gentilmente apagou o comentário do sem noção.
Ele insistiu na agressão e comentou novamente questionando o porque dela ter o apagado o comentário dele.
Ela retrucou, alegando que não precisava daquela opinião grosseira no Facebook dela.
Ele continuou na viagem para o mundo dos sem noção e disse aquele velho bordão defensor dos fracos, covardes e mal amados de plantão: “Eu tenho liberdade de expressão e no momento em que você posta nas redes sociais me dá o direito de opinar. Se não quer ouvir a opinião de ninguém, não poste nada.”
Gente, pelo amor de Deus! Como uma criatura dessas pode ter acesso a tanta informação e mesmo assim se manter tão ignorante e sem noção?
Em primeiro lugar, ela apenas postou uma foto, não fez uma enquete perguntando se estava ou não bonita. Ela não pediu a opinião de ninguém! Cabe a cada um de nós que fazemos uso de redes sociais, o mínimo de bom senso e respeito. Você não é obrigada a gostar ou admirar todo mundo, mas o respeito faz-se necessários em todas as esferas da vida, incluindo a virtual.
As pessoas se escondem em perfis fantasmas para mostrar quem realmente são. Há ainda, aqueles que não se escondem, mas revelam seu lado mais obscuro e podre sobre a forma mascarada de “verdades”, “minha opinião” ou “meu direito de expressão”.
Ao ler a sequencia de comentários deles eu não resisti, comentei em defesa de minha amiga. Confesso que fui acometida por uma raiva imensa, mas antes de lançar na rede toda a minha ira, eu dei uma fuçada no perfil do camarada e desisti de ataca-lo.
Ao olhar o perfil dele meus sentimentos foram de raiva a dó! Ele é um coitado sobre vários aspectos. Uma pessoa amargurada e infeliz. Alguém que possui uma vida medíocre, pois dedica seu tempo a destilar veneno gratuitamente.
Talvez ele prefira agredir as pessoas para ter a falsa sensação de superioridade.
Vendo o perfil dele, lembrei-me de um velho ditado que minha avó dizia... “Não vale a pena chutar cachorro morto!”. Então, guardei o meu comentário e transformei-o neste texto, que agora você está lendo.
Se você sentir uma vontade imensa de comentar (agredir) as postagens dos coleguinhas, reflita sobre sua própria vida. Veja se não está projetando no outro a infelicidade que está em você.
E se ainda assim, você ainda tá na dúvida se deve ou não comentar algo? Faça o seguinte: imagine-se no lugar de quem vai receber o seu comentário. Como se sentiria se fosse atacado gratuitamente?
E se você que está lendo, é a parte agredida, perdoa, colega! Não chute cachorro morto!
Luciene Linhares
02 de Outubro de 2018

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Não se compare




Não se compare


O simples ato de comparar já traz perda, pois no momento em que dedicamos tempo para analisar o outro, seja de forma pejorativa ou favorável, estamos no colocando num lugar que não nos é devido, o de juiz.
Isso sem falar no reflexo que as nossas conclusões trarão.
Ontem uma amiga ligou dizendo que não iria para um passeio, porque a pessoa que a acompanhava estava “muito bem vestida” e ela estava se sentindo inferior e infeliz. Não cabe a mim julgar os sentimentos dessa amiga, mas procurar entender, afinal, quem um dia não se sentiu assim, meio fora do contexto, devido a diferença de padrão social?
Quem já passou pela experiência de ser olhado de forma “atravessada” porque não se enquadrava nos “padrões”?
Nos últimos anos muita coisa mudou, mas ainda há muito preconceito e hipocrisia regendo as relações. E por mais que tentemos combater este mal, vez ou outra, nos pegamos alimentando essa fera terrível que é o preconceito. Nos diminuímos para caber em mundos pequenos!  
No momento em que paramos para fazer comparações, estamos nos diminuindo. Estamos diminuindo nossa capacidade de compreensão de valores e inteligência, pois somos criaturas ÚNICAS, e como tal, possuímos nosso próprio valor! Não somos melhores do ninguém!
Não é uma roupa ou um título que nos fará melhor ou pior do que ninguém.
 Não é a cor da pele, a marca da roupa ou a orientação sexual que fará uma pessoa melhor ou pior.
Todas essas bobagens que nos fazem querer ser “melhor” do que o outro, nos afasta de sermos quem deveríamos ser de verdade.
Eu sei que falar é fácil, e que haverá situações em que cairemos no erro da comparação, situações em que não teremos força para enxergar a beleza que há em nós, mas sei também que estes momentos de cegueira são passageiros e que no momento certo, abriremos os olhos para o que realmente importa.
Luciene Linhares
25 de Setembro de 2018 

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

No limiar da dor



No limiar da dor

Tão impossível quanto mensurar a dor alheia é determinar o tempo pelo qual ela vai permanecer. Em outro texto eu falei dos abusos que uma amiga sofria em seu relacionamento e do quanto aquilo tudo me aborrecia, mas eu não podia sentir e muito menos agir, por ela.
Não podemos carregar o fardo que pertence ao outro...
Essa é uma tarefa muito difícil de realizar quando vemos alguém sofrendo ao nosso lado, mas há coisas e situações, que apenas as pessoas envolvidas podem resolver. E para minha alegria, recebi a notícia de que ela finalmente saiu daquele relacionamento abusivo. Ela saiu no tempo dela, da forma que achou melhor e hoje está vivendo uma nova fase de sua vida, na verdade, ela finalmente está vivendo...
Eu tive o desprazer de assistir a uma sessão de xingamentos que tinha como único objetivo, minar a autoestima da minha amiga. O marido dela a fazia sentir-se como um lixo, pois só assim ela estaria no mesmo patamar ao qual ele pertence.
Trazê-la para baixo com frases do tipo: “você é muito feia!”, “você está gorda demais!”, “que mulher mais desmantelada é essa!”, “onde eu estava com a cabeça quando me casei com você?”, “você é muito burra!”; era a forma que ele tinha de manipula-la.
Fazê-la acreditar que não possuía valor, que era feia, burra e desmantelada, nada mais era, do que, uma estratégia covarde de domínio e submissão. De tanto ouvir aquilo, ela acabou acreditando! E com isto, ela achava que estar ao lado dele era a melhor coisa a ser feita, a sua melhor opção. Afinal, quem iria querer uma mulher feia, burra e desmantelada?
Os dias foram passando e a minha amiga ia se tornando aquilo que o covarde projetou nela. Ela se deixou abater e não se cuidava mais. Sua vida se resumia a trabalhar muito para manter o seu marido.  Engraçado, né?!...  Um homem tão inteligente e cheio de virtudes era incapaz de se manter financeiramente e precisava da ajuda da esposa para se bancar.
Este mesmo homem também possuía um gosto para jogos e diversões que tomavam muito do seu tempo, “impossibilitando-o de estudar e buscar algo melhor”.
Enquanto ele se divertia e a chamava de burra, ela se qualificava e crescia.
O mais intrigante é que ele a destruía com palavras ao mesmo tempo em que a acusava de traição. Se ele a considerava uma mulher tão feia, gorda e sem valor, porque tinha ataques de ciúmes?
Porque ele sabia o real valor da pessoa que estava ao lado dele. Sabia também que tinha revertido os valores para manter a vida confortável. E sabia que no dia em que ela enxergasse tudo o que ele covardemente fez, o relacionamento teria um fim e ela voltaria a viver de forma plena, enxergando no espelho a baita mulher que é. E foi isso o que aconteceu!
Eu gostaria de dizer a vocês que ela despertou de repente e que viu o lixo que ele era, mas não foi um processo tão simples assim. Ela foi enxergando aos poucos, sempre relutando para não ver a verdade, pois o medo da solidão a incomodava, o medo do desconhecido a apavorava! E sair de uma relação de anos é algo assustador mesmo!
Mas, um certo dia ela viu no computador, as provas de uma traição dele e finalmente ela o enxergou de verdade, e viu que não queria mais estar ao lado de alguém tão feio, burro e sem caráter. “O feitiço” de manipulação se quebrou e minha amiga refez sua vida de forma leve e feliz!
Ei, psiu! Você que está lendo isso agora e se viu na situação de minha amiga, não espera uma traição para enxergar a sua beleza! Não permita que te rebaixem apenas para se manterem no mesmo nível num relacionamento.
A gente ama o que admira...
Então, se não valoriza, não é amor!

Luciene Linhares
24 de Setembro de 2018

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Deixe ir o que já foi...



"Amar é querer o bem do outro, ainda que este bem, seja "bem" longe de nós. Amar não nos dá o direito de tentar aprisionar o que já se foi. Permita-se seguir a jornada com o coração ferido, mas com a dignidade intacta."
Luciene Linhares 

terça-feira, 10 de julho de 2018

Se enxergue!




Se enxergue!

Quando o mundo te enxerga de forma equivocada a vida torna-se mais difícil e desafiadora, pois você tem pela frente a batalha de viver sem o apoio que esperava ter. Mas, pior do que ter a imagem retorcida ou rejeitada pelas outras pessoas, é quando você cultiva este sentimento dentro de você, achando que não é bom o suficiente, ou que por ter errado, não é digno de ser amado por alguém.
A maioria de vocês já devem ter assistido ao filme Shrek, onde um ogro vive isolado no pântano, pois todas as pessoas que tinham cruzado o seu caminho o julgavam pela aparência, tratando-o mal, sem dar a chance de ver a criatura doce e bondosa que havia por trás do “ogro”.
De tanto ser maltratado, o ogro acreditou que era exatamente aquilo que as pessoas o rotulavam e passou a afastar todas as pessoas que se aproximavam. Até que aparece um “burro” que o enxerga como ele realmente é, e não como ele acreditava ser. Com muito esforço, dedicação e amizade, o burro o faz enxergar o seu real valor, libertando-o do fardo pesado do desejo de “aceitação”.
Não importa o que aconteceu no seu passado!
Não importa os erros que tenha cometido!
Não importa o que as pessoas tenham dito a seu respeito!
O que realmente importa, é o que você pretende ser a partir deste exato momento!
Para cada acontecimento ruim, um novo começo. Para cada erro cometido, um aprendizado. Para cada palavra dura que tenha ouvido, o perdão, pois todos nós erramos.
Ninguém é tão “ruim” a ponto de não ser digno de ser amado!
O amor não pode ser racionalizado, talvez por isto mesmo, os criadores de Shrek optaram pela figura de um “burro” como o personagem que conseguiria semear o amor próprio no ogro e a partir daí, o amor se expandiria para os demais. A racionalização tenta explicar através de argumentos os fenômenos que ocorrem, e quando não conseguem argumentos suficientes, descartam aquilo que não consegue compreender. Por isso o AMOR é irracional, ele está além da compreensão.
Ninguém ama por escolha ou porque a pessoa “merece” ser amada, mas porque consegue enxergar nas imperfeições das aparências, o valor incalculável da essência do ser amado.
Então, se você se sente meio Shrek, se permita despir das camadas de feridas que ficaram em sua alma e deixe que o “burro” se aproxime e veja quem realmente você é!

Luciene Linhares
10 de Julho de 2018

sábado, 9 de junho de 2018

Amigo da onça





Amigo da onça

Acredito que todos vocês conhecem esse termo: “Amigo da onça”, que nada mais é do que “aquela criaturinha super fofa” que finge ser seu amigo, mas na verdade ele está apenas esperando uma oportunidade de te derrubar, pois a incapacidade dela é tão medíocre, que ela precisa ver os outros no chão junto dela para se sentir um “pouco melhor”.
Gente, pense num trocinho perigoso e sem futuro é o “amigo da onça”! Eles chegam de mansinho, gentil e educado, mais prestativo do que crush que quer te pegar. E com esse jeitinho fofo o “amigo da onça” vai adentrando a sua vida, investigando seus pontos fracos e fortes, para saber onde e quando atacar.
O “amigo da onça” está sempre “preocupado” com os seus problemas, não pode te encontrar que faz uma entrevista completa sobre a sua vida, dando conselhos e te amparando nos momentos ruins. Ele sempre vai estar do seu lado e sempre vai te apoiar, mesmo que você esteja prestes a fazer a maior merda de sua vida (atente para este detalhe, pois amigos de verdade, não são lagartixas de paredes e não ficam só balançando a cabeça afirmativamente para tudo quanto é merda que você faz ou pensa, amigos de verdade jogam na tua cara a opinião deles e não apoiam merda só pra te agradar. Um amigo de verdade prefere te ferir com uma verdade dura, do que te apoiar com mentiras e falsidades).
Agora o “amiguinho da onça”... Ah! Esse aí vai fazer de tudo para te levar para o buraco mesmo! Ele vai te prejudicar de todas as formas possíveis e até nas impossíveis, porque a gente tem uma mania boba de achar que o mal que não somos capazes de cometer, o outro também não será. É aí que a gente se ferra bonito! Porque “o outro” não só tem a capacidade de fazer o mal, como sentem imenso prazer em fazer e muitos vivem apenas para isso, para passar gente decente para trás, para tirar proveito da boa fé de quem acredita.
É uma triste realidade... Mas, existe um montão de vampiros disfarçados de pessoas queridas, esperando apenas o momento oportuno para sugar de você tudo que puder. Seu dinheiro, sua dignidade, sua fé nas pessoas...
Em conversas com duas amigas, uma virtual e outra real, mas que no momento está virtual, porque foi morar longe, falávamos exatamente sobre isto, a dificuldade de encontrar amigos de verdade hoje em dia, pois as pessoas de boa fé, estão cada vez mais cautelosas devido as rasteiras que já levaram, em contrapartida, as “amigas da onça”, estão cada vez mais “educadas, gentis e prestativas”. Separar lobo de cordeiro não é tarefa fácil! Demanda tempo, paciência e esperteza.
Na conversa, minha amiga virtual contou a experiência que teve com uma “amiga da onça” que entrou em sua vida, bancando a generosa e prestativa. A “amiga onça”, contratou a minha amiga para trabalhar para ela, até aí tudo ótimo! A moça se deslocava de sua residência para prestar o determinado serviço e recebia pelo mesmo. Daí, a “amiga onça” começou a investigar a vida pessoal da moça, e também a presenteava com coisas que não fazia mais uso, e assim a amizade seguia. Até que a “amiga onça” resolveu dar o bote! Mostrou sua verdadeira face! Começou a reduzir por conta própria o valor que tinha sido acordado, forçando a minha amiga a trabalhar mais e por menos dinheiro, visto que essa era a sua renda e quem trabalha por conta, sabe bem o sufoco que é pagar os boletos em dia para viver com dignidade.
As coisas não estão fáceis para ninguém e minha amiga segurou os valores mais baixos e os abusos da “amiga onça” até onde deu, mas quando ela não suportava mais e decidiu parar de executar o serviço, a “amiga onça” deu o golpe final denegrindo a imagem da moça para outros clientes com mentiras, transformando a vida da moça num pesadelo. Mas, por sorte, ela conseguiu enxergar seu algoz e conseguiu sair do circulo vicioso de uma “amizade” destrutiva.
Porque amigos de verdade, não tentam nos derrubar, não levam vantagem em cima de nossas necessidades. Valorizam o nosso trabalho, pois sabe que dele dependemos para sobreviver. Se você rala para sobreviver e alguém te pede para fazer um “precinho de amiga”, ela é da “onça”, pois, o amigo sabe o quanto cada centavo é importante para você e por este motivo, não vai querer tirar de você o que é justo.
O mundo está repleto de feras a espreita de pessoas desprevenidas, não seja mais uma vítima. Fique atenta aos sinais de “extrema gentileza e bondade das “zamigas””, elas podem ser onças!
Valorize o seu trabalho, valorize a vida, valorize seus verdadeiros amigos, SE VALORIZE!
Luciene Linhares
09 de Junho de 2018

RANÇO



"RANÇO:
Sentimento que se apodera de uma pessoa logo após ela enxergar o outro como verdadeiramente é."

Luciene Linhares

quarta-feira, 6 de junho de 2018

O poder das palavras




O poder das palavras

Se há uma coisa no universo que possui poder imensurável, são as palavras!
Com elas podemos construir ou destruir o mundo de alguém, podemos cultivar ou extinguir os sentimentos de alguém.
A palavra é o que faz o mundo girar e com ele, nossas vidas!
Até mesmo o amor, o mais belo dos sentimentos, nasce, cresce e morre através das palavras.
Faço um convite aos meus caros leitores para viajar comigo por estas palavras, buscando em suas memórias lembranças nas quais as palavras tocaram profundamente a sua alma, tocaram de tal forma, que até hoje vagueiam por suas lembranças, vindo à tona facilmente, como estão vindo agora...
Os maiores amores têm como sementes, palavras doces e tão acolhedoras que devagarinho foram fazendo morada dentro da gente, transformando o que era “estranho”, na parte mais importante para gente. E de tão especiais, cada palavra é esperada com alegria e ansiedade.
Você que está lendo isto agora, provavelmente lembrou de alguém tão especial que, quando falava, seu coração disparava e nada mais parecia importar, além do precioso momento.
As palavras de amor são bálsamo para as feridas da vida, renovação de esperança para quem está abatido, cura para enfermidades da alma.
Por tudo isto que eu amo, respeito e admiro o poder que estas pequenas mensagens possuem: as palavras possuem poder!
Mas, este poder, infelizmente é muito utilizado para destruir, denegrir, enganar, seduzir e dominar aqueles que por infelicidade do destino caem nas mãos de pessoas equivocadas pela cegueira da ignorância que faz do seu semelhante, presa fácil de suas ambições.
Você deve estar se perguntando porque estou falando sobre tudo isto agora! Então, como alguns de vocês já sabem, eu recebo e-mails e também mensagens no privado, pedindo para abordar alguns assuntos. E esta crônica veio para uma seguidora muito querida da página conversa de passarinho, que falou um pouco do quanto as palavras duras feriam seus sentimentos e minavam sua vida.
O relato dela me fez vários aspectos deste poder tão extraordinário que as palavras possuem e o quanto temos a facilidade de espalhar boatos e maledicências sobre pessoas que sequer conhecemos. A internet facilita o acesso a informação, bem como a comodidade de atingir e ferir quem está pelo caminho, o ódio gratuito e a falta de empatia são o combustível dessa rede tão acessível e implacável.
Não acreditem em tudo que falam!
Se alguém falar mal de outro, preste bem atenção em quem está falando, pois com certeza esse comportamento é o reflexo da personalidade desta pessoa, e tão logo ela se distancie de você, falará o que não deve a seu respeito, pois gente maledicente não tem vida própria e a inveja a consome de tal forma que ela tenta destruir tudo que não pode ser ou ter, incluindo você! Fique esperta!
A vida particular (como o próprio nome já diz) das pessoas não diz respeito a você, então guarde suas palavras para algo construtivo, como a busca de ajuda para o seu problema de baixa autoestima, por exemplo!
Não use as suas palavras para tirar proveito do próximo. Não use a difamação como escudo para a sua covardia! Só porque a pessoa não quis se submeter aos seus caprichos, não quer dizer que ela é uma pessoa mau caráter, aliás, reveja seus conceitos quanto a isto.
O poder das palavras ecoam pelo universo, trazendo os respectivos frutos para quem as pronunciou.
Luciene Linhares
06 de Junho de 2018

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Apenas o essencial




Apenas o essencial

Enxergar o que realmente precisamos para a nossa vida é muito difícil, batalhar para ter isto, é ainda mais difícil, porém, extremamente necessário.
Quantos de vocês já ouviram de alguém frases do tipo:
“Eu amo outra pessoa, mas vou casar com meu noivo porque há muitas coisas envolvidas nessa relação, todos esperam que casemos.”
“Eu não posso sair desse casamento porque há muitas coisas envolvidas, as pessoas nunca iriam entender e ainda iriam me culpar pelo fracasso do relacionamento.”
“Eu não posso sair desse emprego porque há muita coisa envolvida, eu preciso dele para sobreviver.”
“Eu não posso abandonar este curso ou carreira, porque toda a minha família conta comigo para dar continuidade a empresa.”
“Eu não posso mudar de rumo, porque eu investi muito tempo e dinheiro nisso e todos me veriam como um fracassado.”
Com certeza todos já ouviram algo parecido de um amigo, parente ou mesmo desconhecido numa fila de banco.
Alguns de vocês, assim como eu, enfrentam este tipo de questionamento neste exato momento.
O que a maioria de nós não questiona é:
- O que queremos de verdade para as nossas vidas?
E quando finalmente nos fazemos essa pergunta e conseguimos enxergar a resposta, ela vem sempre recheada de incertezas e convites para pular no abismo do desconhecido. Nesse momento enfrentamos os nosso maior desafio: O MEDO.
Tememos cair antes mesmo de dar o primeiro passo e quando ousamos dar o primeiro passo, buscamos apoio em desculpas esfarrapadas para desistir, usamos o poderoso e tão assustador “poder da aceitação dos outros” para justificar a nossa fraqueza e falta de fé.
É mais fácil dizer que “há muita coisa envolvida”, “as pessoas esperam que eu case”, “ninguém iria entender e ainda iriam me culpar”, “a família conta comigo”, “me enxergarão como um fracassado”, do que dizer em alto e bom som: EU NÃO TENHO CORAGEM DE ARRISCAR A “SEGURA MEDIOCRIDADE” PARA BUSCAR A “INCERTA” FELICIDADE DE SER EU MESMO!
Ou, como todos falam: “Eu não vou arriscar o certo pelo duvidoso”. E assim, caminhamos pela vida levando o peso das escolhas cômodas. Como águias presas em gaiolas de ouro, nosso espírito definha na prisão a qual, nós mesmos escolhemos entrar por medo de alçar o voou libertador de enxergar o essencial.

Luciene Linhares
23 de Maio de 2018


sábado, 12 de maio de 2018

Mãe sem “chantilly”




Mãe sem “chantilly”

Este texto não é indicado para: as “mães” que possuem uma comitiva de empregados para cuidar de seus filhos, as “mães” cujo maior trabalho foi parir e jogar nas costas de um parente (geralmente a avó), as “mães” de fotos (aquelas que negligência os filhos, mas estão sempre bem e fofas nas fotos das redes sociais e finalmente, as “mães” que são um pouco de cada uma das citadas acima, mas pagam de “amorzinho” defendendo ferrenhamente a maternidade como a coisa mais linda e perfeita do universo inteirinho.
De repente você está grávida, como aconteceu, cabe apenas a você (já vi muita gente “inteligente” julgar quem engravida e chamar de burro e sem noção de métodos anticonceptivos e pouco tempo depois, tá lá, firme e forte, com um resultado de gravidez positivo nas mãos e a língua no c#...
Então, você engravida e o mundo insiste em dizer que isso é uma “dádiva”, um presente fabuloso e que você será muito feliz com o seu pacotinho de felicidade embalado com o título de filho. O que ninguém te conta é o que esse pacotinho vai representar na sua vida e o quanto exigirá de você forças que você julgava não ter.
Capitulo 1 da saga: Em grande parte dos casos de “amor verdadeiro”, o teste positivo fará o seu “príncipe encantado” se mudar para Nárnia sem previsão de retorno! Então, você estará sozinha e com um filho crescendo em seu ventre. Se você morar com os seus pais, a receptividade não costuma ser das melhores, afinal, a sua mãe sabe bem no que você se meteu e o peso que isto terá na vida de toda a família.
Capitulo 2 da saga: Não bastasse o enjoo, as dores, o incômodo, o inchaço (você vai ficar parecendo um sapo inflado nos últimos meses), o enchimento de saco dos parentes fofoqueiros que te usam para piadinhas e perguntas inconvenientes que eles sabem a resposta, mas insistem em perguntar só pra encher o teu saco. Ainda tem o parto... Ah! O parto! Colega, se você não possuir plano de saúde e for para o SUS, pode começar a por em prática todas as orações e mantras que lembrar, porque você provavelmente vai passar por maus bocados! (Equipe despreparada e hostil). Eu tive o “privilégio” de parir num hospital publico, onde as enfermeiras após a triagem te depositam num canto de uma sala de coleguinhas na mesma situação e que comecem os “jogos vorazes”, ou seja, você vai sofrer dores terríveis e quando chama alguém pra te ajudar ou pelo menos informar como está o andamento do parto, é atendida com grosserias e frases do tipo: “pra fazer não doeu”, “tenha paciência que uma hora isso sai”, “o médico está no horário de descanso e não quer ser incomodado”. Isso quando você não adquire a capacidade da “invisibilidade” e por mais que chame e grite, as equipe médica passam por você e sequer checam se tudo está correndo bem. Fizeram minha cesariana depois de 12 horas de trabalho de parto sem dilatação, com hipertensão e sangramento nasal. (Tenho ótimas recordações deste momento lindo, pois o anestesista veio com má vontade e ainda ficou me agredindo verbalmente, enquanto aplicava a anestesia, ele disse: “Hoje eu pisei em rastro de corno mesmo! As bonitinhas de hoje em dia tem preguiça de cuspir o moleque de forma natural e já chegam pedindo parto cesáreo, nessa merda de parto, além de demorar a receber o valor ainda é menor do que o do parto normal”. Eu estava passada de dor e cansaço, mas gritei que se ele estava insatisfeito com o trabalho saísse que outros o substituiriam. Ele disse que eu estava nervosa e que deveria me acalmar para meu beber nascer. Ameacei processá-lo e foi assim o nascimento da minha filha.
Capitulo 3 da saga: Depois que minha filha nasceu tudo mudou... E desde então, eu jamais soube o que era uma noite de sono. Nos primeiros meses de vida do seu filho, não só dormir, mas comer, tomar banho e até fazer as necessidades fisiológicas básicas, ficará para segundo plano. Quando o bebe dorme, você respira fundo para ver se ainda está viva, buscando os resquício de quem você foi um dia e corre para fazer o máximo de coisas que você puder antes dele acordar novamente. Nessa fase você pensa com todo o seu ser: “Tomara que ele cresça para que eu possa me sentir um ser humano de novo!”. Tolo engano, colega que está nessa fase do game! Os jogos vorazes nem começaram...
Capítulo 4 da saga: Seus filhos pouco a pouco ficaram mais independentes, mais independentes do que realmente são, aí é que vem a parte pesada da coisa: Um buraco negro chamado “adolescência”! O ser fofinho e cheiroso que você cuidou com tanto amor e dedicação agora está crescido e acha que você faz e diz tudo errado. Seu filho é um adolescente e sua tarefa ficou ainda mais pesada e difícil, esse troço de criar filho não tem fim! O jogo vai só subindo de nível de dificuldade! O ser fofinho foi agora substituído por uma criatura em formação que acha que sabe tudo e que você não tem poderes sobre ele. É neste momento crucial em que você vai ter que se impor e mostrar quem manda no barraco, porque se fizer corpo mole e confundir amor com permissividade, você não só estará ajudando a deixar mais um ser humano bosta na face da terra, mas também estará dificultando o trabalho de outras mães que batalham arduamente para educarem seus filhotes em construção. Porque o filho que é negligenciado com o “benefício” da permissividade fantasiada de amor, torna-se uma pessoa prepotente e sem limites. Colega, se você não educar, a vida educa. Se você não ensinar, a vida ensina. Se você não punir quando necessário, a vida punirá. A diferença é que o peso da vida é infinitamente maior do que o de mãe, pois mãe age por amor e com amor.
Eu estou no capitulo 4 desta saga, assim como milhares de mães. Não é fácil! Mas, como sou uma boa leitora de livros e da vida, sei que essa saga se estende além da vida, porque amor de mãe é eterno e por mais que seu filho cresça, amadureça e viva a própria vida, a mãe sempre estará com ele em pensamento.
Serão noites solitárias velando pelo sono durante cada doença da infância, preocupações com as amizades e sentimentos que vão surgindo na adolescência e orações para que evoluam e sejam bons e felizes.
A maioria das mulheres não possuem dinheiro ou parentes para deixar os filhos, então são os sonhos e a carreira que ficam de lado para que ela cuide e eduque a criança que foi feita por duas pessoas, mas que um deles acha que bancar as despesas é a maior e única responsabilidade que lhes cabe. Ficando para a mãe todas as tarefas acima, acrescida dos relatórios de prestação de contas para o “paigador”. A sobrecarga que as mães enfrentam e que muitas vezes a levam a exaustão é por falta de cooperação dos pais que acreditam que o dinheiro é tudo que podem oferecer. Agem como se o filho fosse um investimento a longo prazo, no qual ele disponibiliza recursos financeiros e exige retorno em forma de bom comportamento, boas notas e um futuro profissional brilhante.
Ah! Ia esquecendo... A responsável pelo sucesso ou fracasso do investimento paterno é totalmente da MÃE. Ela é questionada sempre que o filho faz algo errado, tendo que dar relatório detalhado do que aconteceu e de como está sendo contornada a situação para o pai, afinal, tudo deve estar sobre controle e caminhando em plena prosperidade, pois “ele trabalha para isso”.
Ser mãe é viver num turbilhão de dúvidas, medos, incertezas e amor. Haverá dias em que você terá medo de que seu filho morra de uma simples gripe, porque sua inexperiência e amor a farão ficar com o coração em frangalhos por vê-los sofrer, também haverá dias em que você terá vontade de mata-lo, de tanta merda que ele fez, porque os erros deles serão seus. Porque você o amará com tanta intensidade que assumirá os seus fracassos e se questionará se em algum ponto a culpa foi sua, buscando em si a falha que não é sua, mas da nova criatura que está em formação e que começa a escolher o seu próprio caminho.
Você verá amor e também ódio nos olhos de seu filho e terá que erguer a cabeça e aceitar a ambos com sabedoria e fé de que seus esforços terão sentido quando ele estiver adulto e for um ser humano do qual você é capaz de se orgulhar.
As mães não desejam que seus filhos sejam ricos e famosos, mas que sejam bons e felizes! Não exigem boas notas e excelentes resultados acadêmicos, mas respeito, honestidade e bom caráter.
Assim como muitas de vocês, eu escolhi SER MÃE. Abri mão de muitas coisas, abri mão de uma parte de mim mesma, mas essa parte de mim que se foi, não era a melhor parte, mas a que deveria ser substituída por algo melhor e mais precioso, a maternidade. O que eu ganhei é de valor imensurável e eu jamais faria outra escolha, que não fosse ser mãe de minhas duas filhas. Elas me ensinam a ser o ser humano que eu devo ser.
Felicito a todas as mães que solitariamente travam suas batalhas diárias com fé e forças que não são suas, mas da divindade que as incumbiu desta difícil tarefa que é dar a luz!
Para dar a luz é necessário ser luz...

Luciene Linhares
12 de Maio de 2018

segunda-feira, 9 de abril de 2018

AUTOMUTILAÇÃO




AUTOMUTILAÇÃO

Como falei no texto anterior, mesmo tendo várias crises de depressão, eu nunca tive vontade causar ferimentos em meu corpo. Nunca me automutilei e não estou dizendo isso para mostrar que sou melhor ou pior do que ninguém, afinal, em casos de dores, o maior doente é o que tenta provar para o outro que a sua dor é maior do que a dele.
Cada pessoa sabe exatamente a intensidade do que sente e não precisa de ninguém para medir isso!
O quero compartilhar com vocês aqui é um fato que tem ocorrido na escola em que minhas filhas estudam e que tem me deixado triste e preocupada! Em uma das visitas que fiz a escola recentemente, eu tive a oportunidade de abordar este assunto com a coordenadora, pois tenho conhecimento de que há alguns jovens que além de estarem com depressão, estão se automutilando. Questionei se a mesma tinha conhecimento do que estava acontecendo e para minha surpresa, ela não só tinha conhecimento do que acontecia, como citou os nomes dos jovens que estavam nessa situação.
Eu fiquei paralisada com a descoberta e perguntei o que estava sendo feito para acolher estes jovens? Perguntei se os pais tinham ciência do que acontecia com seus filhos e o que a escola poderia fazer para ajudar.
Foi aí que fiquei mais triste e mais preocupada, pois a coordenadora falou que havia ligado para os pais, comunicando o que estava acontecendo e solicitando a presença deles na escola para que pudesse ter uma abordagem mais abrangente da situação e para que os jovens pudessem ter o suporte da psicóloga da escola (segundo a coordenadora, a escola não pode encaminhar um aluno para o psicólogo sem o conhecimento e autorização dos pais. Se alguém souber informar com precisão esta questão, fique a vontade para comentar e nos ajudar a ajudar).
A coordenadora também falou que alguns pais sequer haviam percebido o que estava acontecendo com seus filhos. E outros disseram que não iriam para a escola, pois era “frescura de adolescente” e que isso “era falta de Deus” e que tudo ia se resolver. Todos os pais se negaram a permitir que os jovens tivessem acompanhamento psicológico e estão vivendo como se tudo estivesse na mais perfeita ordem natural das coisas...
Eu sei que não posso fazer muito por estes jovens, gostaria de verdade de poder ajudar de alguma forma, então essa é a minha forma...
Jovens,
Não se mutilem, não se machuquem. Seja lá qual for o motivo que o faça a agir assim, lute contra! Eu sei que não é frescura ou falta de Deus, mas excesso de dor, mas você está vivo e tem um mundo a espera. Esse mundo não é fácil, mas é belo. Existirão sempre dias ruins, dias muito muito ruim e dias bons. Saiba viver cada um da melhor forma. Busque dentro de você a causa disso tudo e lute para que não te destrua. Amores vem e vão, pais são a base de tudo para alguns e um furacão destruidor para outros, se você tem pais que se enquadram na segunda opção, mais um motivo para não se deixar abater. Laços de sangue não nos obriga a amar ninguém. Devemos respeito aos nossos pais, mas se eles não o enxergam em sua plenitude e não os acolhe como deveria, erga a cabeça e siga. A sua jornada será difícil, mas a de ninguém é fácil. Lembre-se do lance das dores, cada um com a sua e segue o baile!
Pais (dos jovens que estudam na mesma escola de minhas filhas),
Filhos não são acessórios para você usar apenas para fotos das redes sociais! Filhos não são criaturas sem rumo que você alimenta, coloca na escola e medica quando necessário e por isto acha que fez a sua parte. Filhos vão muito além das responsabilidades básicas de sobrevivência. Filho é uma parte sua, a sua melhor parte! Trate-o como tal!
Pra quem vive em função do trabalho e não enxerga seu filho, saiba que presentinhos caros não fazem ninguém feliz, o celular que você tão caprichosamente comprou, serve muitas vezes para alimentar a mente infeliz do seu filho com ideias e conversas infelizes.
E pra quem é religioso e acha que os filhos depressivos só estão com “falta de Deus”, saiba que a falta de Deus está em você que vive na igreja com a cabeça cheia de frases decoradas e o coração vazio de amor e empatia.
Esta vida é semeadura, e vocês estão semeando desamor, mas a velhice trará os frutos bem adubados de tudo que vocês semeiam agora!
E só mais um aviso para estes pais em especial: Se algo acontecer com estes adolescentes, eu irei denunciar vocês por negligência e omissão!
Luciene Linhares
09 de Abril de 2018

TENDO A ALMA FERIDA PELA DEPRESSÃO




TENDO A ALMA FERIDA PELA DEPRESSÃO

Quero deixar BEM CLARO QUE NÃO SOU ESPECIALISTA NA ÁREA, mas o texto é para chamar a atenção de todos vocês para o que vem acontecendo com muitas crianças e adolescentes, e que muitas vezes tem um resultado final bem trágico, o suicídio.
Quem me conhece e já viu meus textos e também alguns vídeos, sabe que tenho depressão e síndrome do pânico (pra quem desconhece isso como doença, aconselho a procurar se informar mais, pois o mundo será um lugar bem melhor se houver pessoas menos ignorantes nele). Estas duas doenças trazem consigo uma vasta quantidade de sintomas dolorosos. Depressão não é tá: “tristinho porque o crush não dá moral”, “tristinho porque não tem Deus no coração”, “tristinho porque não tem o que fazer”... Esses são os diagnósticos que mais recebo de pessoas muito próximas. Isto sem falar que depois que você é diagnosticada com depressão, com frequência você será taxado por “louca da família”.
No meu processo de depressão eu não passei pela automutilação, mas sentia uma tristeza imensa, faltava tudo: vontade de comer, dormir, trabalhar, amar, conversar, viver. Acrescente a tudo isto, uma fraqueza corporal, daquelas que você tem que se esforçar ao máximo para poder levantar da cama para fazer o essencial, acrescente também enxaquecas horríveis, dores abdominais, arritmia cardíaca, falta de ar, sensação de desmaio, suor frio e enjoos. O calor podia ser de quarenta graus, mas eu sentia frio e vontade de ficar deitada pensando em tudo de ruim que acontecia e que poderia acontecer. As coisas que você mais ama, perdem o sentido e você luta para continuar respirando (geralmente porque você ama tanto alguém, que não quer dar pra este alguém a tristeza de ir para o seu funeral por suicídio). Isto é depressão! Não é falta de Deus ou frescura, ok?
Estes sintomas aí descritos, eu vivi e sobrevivi!
As vezes eles voltam como fantasmas para me assustar e roubar a paz e a alegria de viver, mas depois de um tratamento que fiz com terapias psicanalíticas e remédios (os remédios foram prescritos pelo médico e foi feito o desmame após dois meses de uso, pois respondi bem a terapia), eu aprendi a RECONHECER O MEU GATILHO PARA DEPRESSÃO (que é o motivo pelo qual entramos no circulo deste inferno solitário), eu consigo trabalhar melhor a minha força interior para combater os pensamentos doentes e a intensidade com quê eles me atingem.
Não vou ser hipócrita com vocês e falar que fiquei curada e que não há dias em que eu não esteja me sentido pior do que “a mosca do cocô do cavalo do bandido”, a diferença é que eu sei o que desencadeia esta sequencia de pensamentos sem sentido e aterrorizantes e com isso, luto para combater. Às vezes eu venço e abraço a vida com muito carinho e amor. Outras vezes a doença me vence e eu fico abatida, esperando que a vida me abrace através do socorro que vem de Deus. E assim, sigo meu caminho, travando batalhas silenciosas, vivendo um dia por vez. Lutando para ser melhor e mais forte a cada batalha.
Esta doença mutila a minha alma, mas há pessoas que além de todos estes sintomas que citei, sentem mais e mais dores. Às vezes, estas dores são tão fortes, que elas mutilam seus corpos para tentar aliviar a dor da alma. Não sou especialista na área, então não posso julgar o que de fato acontece para que façam isso, mas esse não é o melhor caminho para sair do furacão que é a depressão. Então, se você está lendo isso e faz uso da mutilação por um propósito que só cabe a você saber, por favor, para! Ferir o teu corpo não vai aliviar a tua dor, fortalecer ele, sim. E se você não estiver com forças para se fortalecer, eu entendo, mas não se mutila!
Sabem por que eu abordei este assunto? Porque conheci algumas pessoas que fazem isso e me entristece como todos ao redor são tão cegos e insensíveis, pois não enxergam o que acontecem em seus lares, com seus filhos. Para que o texto não fique muito longo e cansativo, leiam o outro texto que vem a seguir: Pais, a culpa também é sua!
Luciene Linhares
09 de Abril de 2018