O outro é parte de nós,
nem melhor nem pior
Vou
contar uma historinha aqui e espero que cada um tire suas próprias
conclusões...
Você
já deve está pensando:” Afe! Lá vem ela falar mal das religiões novamente!”
E
se pensou isso, acertou! Hehe
Mas,
não entre na onda de me julgar sem antes ler o que tenho para narrar!
Então,
a historinha começa assim...
Uma
certa manhã estava eu minha casa quando uma amiga (tenho muitos amigos
religiosos, dos mais diversos seguimentos) chegou falando de outra uma pessoa
que era bruxa. E ela dizia:
-
Mulher, tu acredita que a véia Marinalva veio me oferecer uns vestidos que
foram das netas dela pra mim levar pra alguma criança da minha igreja que
pudesse usar. Os vestidos até que estavam bem conservados, mas Deus me livre de
pegar nada daquela mulher, ela é uma macumbeira velha nojenta. Vive envolvida
com bruxaria! Fala com mortos, mortos, não, ela fala como demônio, porque todo
mundo sabe que os mortos não voltam pra falar com os vivos. Isso é coisa de
satanás! Deus me livre!
Gente,
eu ouvi isso num misto de pena e raiva!
Tive
realmente muita pena por uma pessoa se deixar cegar a este ponto! Pena por
vê-la errando muito mais do que aquela a qual ela julgou.
Eu
fique pensando na tristeza que Deus deve sentir ao ver seus filhos cegos de
ódio e preconceitos, manipulados por conceitos humanos cada vez mais desumanos.
Eu
não estou defendendo aqui a fé (ou religião) da outra mulher que na melhor das intenções
tentou ajudar, mas questiono a falta de amor que há nas religiões como um todo.
Se ela é macumbeira, bruxa, fala com os mortos ou coisas do tipo, naquele
momento isso não importava! Ela era apenas uma mulher com roupas de crianças
para doar. A intenção era ajudar! Ela oferecia amor! Simples assim!
Ela
oferecia amor em forma de roupinhas e o que ela recebeu? Um julgamento secreto
e cruel.
Vocês
realmente acreditam que uma roupinha de criança que veio de uma mulher que
pratica bruxaria é contaminada de um mal que deve ser evitado?
Sinceramente,
custa-me muito acreditar que nos dias de hoje existam pessoas tão cegas (a
palavra real que me veio a mente, foi BURRA, mas não achei justo com o animal
difamá-lo assim!) a ponto de acreditar que receber, tocar, comer, beber ou
frequentar o mesmo lugar onde há prática de magia o faça impuro aos olhos de
Deus.
Isso
é simplesmente patético e sabe por quê?
Porque
em todos os lugares existem pessoas que praticam a magia, que acreditam em vida
após a morte e que cultivam as velhas religiões com seus Deuses!
Sabe
o médico da sua filha (aquele que é super gentil e atencioso), o padeiro da
padaria que você adora, o bom velhinho que vende pipoca e até mesmo aquele
parente que você tanto gosta, pois é, todos eles praticam magia e convivem
harmonicamente com você e sua cegueira! E para sua surpresa eles não o julgam
por você ser tão cega e não se intitulam donos da verdade, mas sabem respeitar
o espaço que é devido a cada um.
Tudo
bem! ... Eu sei que vão alegar que a Biblía diz que é abominável tudo que
envolve magia, mas também sei que Jesus resumiu os mandamentos a: “Amar a Deus
acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.”
E
aí?
Será
que ao julgar uma boa ação de uma pessoa cuja as crenças são diferentes da sua o
faz melhor?
Será
que ao julgar o próximo, estamos seguindo o que a Bíblia diz? Estamos amando ao
próximo como a nós mesmos?
Isto
chega a confundir, não é? Afinal, não fica muito bem seguir apenas o que nos
convém da Bíblia!
Meditem
nisto tudo e pensem muito antes de julgar o outro, afinal o seu dia de
julgamento também chegará e nada fica impune!
Luciene
Linhares
28
de Julho de 2015