Não se compare
O
simples ato de comparar já traz perda, pois no momento em que dedicamos tempo para
analisar o outro, seja de forma pejorativa ou favorável, estamos no colocando
num lugar que não nos é devido, o de juiz.
Isso
sem falar no reflexo que as nossas conclusões trarão.
Ontem
uma amiga ligou dizendo que não iria para um passeio, porque a pessoa que a
acompanhava estava “muito bem vestida” e ela estava se sentindo inferior e
infeliz. Não cabe a mim julgar os sentimentos dessa amiga, mas procurar
entender, afinal, quem um dia não se sentiu assim, meio fora do contexto,
devido a diferença de padrão social?
Quem
já passou pela experiência de ser olhado de forma “atravessada” porque não se
enquadrava nos “padrões”?
Nos
últimos anos muita coisa mudou, mas ainda há muito preconceito e hipocrisia
regendo as relações. E por mais que tentemos combater este mal, vez ou outra,
nos pegamos alimentando essa fera terrível que é o preconceito. Nos diminuímos para
caber em mundos pequenos!
No
momento em que paramos para fazer comparações, estamos nos diminuindo. Estamos
diminuindo nossa capacidade de compreensão de valores e inteligência, pois
somos criaturas ÚNICAS, e como tal, possuímos nosso próprio valor! Não somos melhores
do ninguém!
Não
é uma roupa ou um título que nos fará melhor ou pior do que ninguém.
Não é a cor da pele, a marca da roupa ou a
orientação sexual que fará uma pessoa melhor ou pior.
Todas
essas bobagens que nos fazem querer ser “melhor” do que o outro, nos afasta de
sermos quem deveríamos ser de verdade.
Eu
sei que falar é fácil, e que haverá situações em que cairemos no erro da
comparação, situações em que não teremos força para enxergar a beleza que há em
nós, mas sei também que estes momentos de cegueira são passageiros e que no
momento certo, abriremos os olhos para o que realmente importa.
Luciene
Linhares
25
de Setembro de 2018