domingo, 16 de setembro de 2012

Mais um dia


 
 
 
Mais um dia

 Poucas foram as ocasiões que me deixaram sem palavras, quem me conhece sabe que eu falo pelos cotovelos, mas numa visita a casa de uma grande amiga as palavras me abandonaram impelidas pelas emoções.
Por cerca de uma hora fiquei sentada observando minha amiga eufórica arrumar as malas para sua primeira viagem internacional. Com o roteiro da viagem em mãos ela fazia planos de conhecer cada pedacinho da Itália, rodopiando e contando que iria se empanturrar de massas e queijos.
Até aí, tudo bem! Viagens são sempre empolgantes, ainda mais para a Europa. Tudo de fato estaria bem, não fosse o fato da animada viajante não ter recebido um diagnóstico de neoplasia em fase terminal há apenas duas semanas.
Ela percebeu o meu silêncio, parou um pouco e me falou que não era o melhor momento de sua vida, mas que ela iria fazer de tudo para que se tornasse o melhor. Sorrindo ela falou que a doença poderia até tirar a sua vida, mas não tiraria os seus sonhos.
Minha amiga fez suas viagens, mas deixou uma lição de vida belíssima, ela tinha todos os motivos para se entregar e desistir de viver, mas optou por ser feliz o máximo de tempo que tivesse.
              Quantas vezes você já não acordou e pensou “Droga! Mais um dia!...”, quando na verdade, deveria pensar “Oba! Mais um dia!”?
Eu também já acordei pensando assim inúmeras vezes. Não é fácil controlar o que sentimos quando algumas coisas dão errado, mas se olharmos por outra perspectiva, como minha amiga olhou, poderemos ver que a vida é maravilhosa, e que a todo instante novas oportunidades são oferecidas.
              Dias melhores sempre virão. E aí, como foi o seu dia hoje? Apenas mais um? Faça diferente, pense diferente. Faça do amanhã um dia de oportunidades, de crescimento e de renovação.
Então espero que amanhã você acorde e pense “Oba! Mais um dia!”.
Conversa de Passarinho

16 de Setembro  de 2012

domingo, 9 de setembro de 2012

Faxina geral nos sentimentos






Faxina geral nos sentimentos
 
Tenho o estranho costume de acumular cacarecos em minha casa com a desculpa de que um dia aquele pedacinho de lã, isopor ou madeira vai servir de base para uma peça maravilhosa de artesanato. Mas, a correria do dia a dia não me permite concretizar este pensamento. Então, o que de fato fica é uma bagunça incrível, que ocupa espaços preciosos da minha casa já tão pequena.
Tomei uma dose dupla de coragem e encarei o desafio não só para arrumar a bagunça, como também, para deixar de lado o apego emocional que tinha pelas bugigangas e após a longa faxina, ficou apenas o estritamente necessário, aquilo que iria me servir e o resto joguei fora.
A casa ficou bonitinha e aconchegante. Deitei no sofá para analisar melhor meu trabalho de doméstica e faxineira daquela tarde e percebi que eu não acumulei apenas coisas inúteis em minha casa, mas que venho acumulando sentimentos e pessoas inúteis em minha vida. Porque cada vez que alguém me fere, guardo rancor e revivo o sentimento de raiva e tristeza que aquela pessoa me proporcionou. Com isto acabo levando ela comigo em minha vida, e a sua presença desagradável e totalmente desnecessária se faz presente. Ocupando o espaço valiosíssimo de meus sentimentos.
Também percebi que estava ocupando um espaço maravilhoso que eu poderia guardar outros sentimentos com as palavras de inveja e descrença em meus sonhos, ditas por aqueles que além de não possuírem a coragem de lutar pelos seus sonhos, são incompetentes o suficiente para minar o dos outros com palavras de desânimo.
Alguns destes sentimentos são difíceis de jogar fora, são como as tralhas que eu guardei, no fundo eu sinto que não faz bem, não constrói, nunca vai acrescentar nada bom, mas me acostumei a tê-los por perto e sinto ter que jogar fora. Não pela ilusão de que um dia vai ser melhor, mas pela força do costume de tê-los sempre ali.
Só que uma hora agente cansa de viver no meio de tanta coisa inútil, né?! Eu cansei. Preciso de espaços vazios em minha alma para colocar o que é belo. Quero me sentir confortável com a minha própria essência.
Se perceber que já não está em minha vida, se liga, você era uma das tralhas.
 
Conversa de passarinho
09 de Setembro de 2012

sábado, 1 de setembro de 2012

Reciprocidade é tudo


 
 
Reciprocidade é tudo
 
A medida que o tempo passa você começa a assumir a responsabilidade não só dos seus atos, mas de seus sentimentos. Você começa a perceber que tudo que te acontece, seja bom, seja ruim nada mais é, do que fruto de suas próprias escolhas.
Você começa a entender que Deus nunca foi culpado pelos teus infortúnios, mas que Ele sofreu ao teu lado vendo-a sofrer, Deus é um pai amoroso e como tal jamais traria sofrimento a um de seus filhos. Ele sabiamente nos concede diariamente uma oportunidade de fazer escolhas, dando-nos assim a oportunidade de crescer.
Então, não dá para culpar a Deus ou ao destino se você só tem sofrido no amor, pois convenhamos, pare e pense bem direitinho, esta pessoa te faz sofrer porque mesmo?
Eu sei a resposta! Porque você permite que isto aconteça. Ninguém é obrigada a ficar posando de capacho para “um mala”. Se você permite que isto aconteça é porque você QUER, então não adianta procurar culpados quando o verdadeiro culpado está a um espelho de você.
Solidão nunca matou ninguém, pelo contrário, ela é sempre bem vinda quando estamos numa relação que só deprime, magoa e faz depreciar. Aquele velho ditado bem clichê de que “Antes só do que mal acompanhada” é a solução para os problemas de desamor. A propósito, vale frisar que o desamor não é proveniente do outro, mas de você mesma que não se ama o suficiente para se dar ao respeito de fazer melhores escolhas.
E não adianta bater o pé dizendo que “no amor não existe escolhas e que apenas acontece”, porque não é bem assim que a banda toca. Tá! Eu admito que a atração é uma coisa bem bacana e que muitas vezes o bichinho da paixão no pega de jeito, mas se a relação é ruim, se te faz mal, se não há reciprocidade, então resta a você a opção de deixar para trás e recomeçar a vida.
A imagem de pobre coitadinha não faz bem a ninguém. Acreditar em milagre é maravilhoso, quando dele não depende as atitudes e falta de respeito do outro. Mas de algo que está acima das mesquinharias sentimentais. “O mala” não vai mudar porque você faz tudo por ele, esta mudança tem que partir de você. Mude de amor, ame a você mesma.
Arrume algo bacana para fazer, ocupe seu tempo e seu espaço com algo que te acrescente, que te faça crescer, que te fortaleça e que te faça sentir bem. Colha pequenas gotas de paz e felicidade no orvalho de sua própria companhia.
Alguns chamam isto de egoísmo, eu considero maturidade.  
Conversa de Passarinho
01 de setembro de 2012