Quantas
Adelaides serão mortas por falta de amor?
Tá
rolando pela internet um pedido de socorro para uma esta cadelinha chamada Adelaide.
A história que contam é a seguinte:
Adelaide,
como tantos outros animais, foi abandonada na rua. Ela é uma cadelinha dócil e
adora ficar nas praças e numa escola da cidade de Monte Horebe , região de Cajazeiras
(cidade do interior do sertão, tão quente quanto as labaredas flamejante do
inferno), até aí tudo bem, não fosse o gosto duvidoso de Adelaide por missas!
Isso mesmo que você leu! Adelaide não perde uma missa na catedral e aí é que o
bicho pega, pois segundo relatos da pessoa que alimenta a cadelinha, o padre
responsável pela paróquia não tá gostando nada da nova beata.
Segundo
o relato da moça, o padre Mendes, como é mais conhecido, afirma que a cadelinha
não perde uma missa e que fica com “as pernas abertas de frente para o altar”
além de ser muito fedorenta. Isto o incomoda bastante, a ponto “representante
de “deus”” exigir da moça que alimenta a cadela que resolvesse o caso
imediatamente, o padre falou até em sacrificar a cadelinha!
O
padre Mendes deve ser um homem muito ocupado, tão ocupado que não deve saber o
quão imoral e podre são os escândalos envolvendo padres pedófilos (não que eu o
esteja acusando, apenas alertando-o que há coisas bem mais imorais que uma
cadelinha de pernas abertas para o altar.).
Ele
também deve ter esquecido as lições que o próprio Jesus ensinou, que era o
amor, a caridade e a benevolência! Aliás, não só ele esqueceu essas lições, mas
toda a comunidade que o cerca e frequenta a missa junto com Adelaide! Pobre
Adelaide! Será que só ela presta atenção as lições bíblicas que são balbuciadas
em vão? É uma pergunta que me faço neste momento!
Porque
se mais alguém estiver de fato OUVINDO o que se é pregado, se é que estão
pregando a palavra do deus que eles dizem crer, saberão que o amor é o
principio de tudo.
Uma
cadela é uma criatura do “deus” que eles dizem cultuar. E até onde me consta, (pasmem,
eu li a bíblia) não há na bíblia um trecho que autorize o abate de uma
cadelinha de rua num templo qualquer.
Mas,
ainda vou seguir por outra ótica, que provavelmente será usada como defesa do “bem
geral da população”, o padre Mendes também alegou que a cachorra suja a igreja
(discordo que essa seja a maior sujeira existente no lugar, mas...), que fica
se coçando o tempo todo e que as crianças brincam com ela, correndo assim, o
risco de pegar doença. Beleza, argumentos bem estruturados. MAS, eu novamente
volto a questionar: ONDE ESTÁ A CARIDADE DESSA COMUNIDADE?
Será
que nessa comunidade NINGUÉM pode acolher, tratar e cuidar da cadelinha? É mais
fácil sacrificá-la?
A
própria igreja não poderia fazer um mutirão (tirando um pouco do DINHEIRO que é
arrecadado para tratar a cachorrinha), tratando e depois arrumando um lar pra
ela?
Eu
conheço um pouco destas comunidades e sei que muitos possuem pequenos sítios e
que teriam como acolher um animal assim se houvesse boa vontade e amor, coisa
que anda mais escasso que a água no sertão.
O
mais triste nisto tudo é ver que uma pessoa que “é líder”, conduzir uma
situação simples e corriqueira com tanta falta de sensibilidade e amor.
Mas,
é só uma cachorrinha...
...revelando
o caráter humano por trás das religiões!
Luciene
Linhares
31
de Maio de 2016