terça-feira, 31 de maio de 2016

Quantas Adelaides serão mortas por falta de amor?


Quantas Adelaides serão mortas por falta de amor?

Tá rolando pela internet um pedido de socorro para uma esta cadelinha chamada Adelaide. A história que contam é a seguinte:
Adelaide, como tantos outros animais, foi abandonada na rua. Ela é uma cadelinha dócil e adora ficar nas praças e numa escola da cidade de Monte Horebe , região de Cajazeiras (cidade do interior do sertão, tão quente quanto as labaredas flamejante do inferno), até aí tudo bem, não fosse o gosto duvidoso de Adelaide por missas! Isso mesmo que você leu! Adelaide não perde uma missa na catedral e aí é que o bicho pega, pois segundo relatos da pessoa que alimenta a cadelinha, o padre responsável pela paróquia não tá gostando nada da nova beata.
Segundo o relato da moça, o padre Mendes, como é mais conhecido, afirma que a cadelinha não perde uma missa e que fica com “as pernas abertas de frente para o altar” além de ser muito fedorenta. Isto o incomoda bastante, a ponto “representante de “deus”” exigir da moça que alimenta a cadela que resolvesse o caso imediatamente, o padre falou até em sacrificar a cadelinha!
O padre Mendes deve ser um homem muito ocupado, tão ocupado que não deve saber o quão imoral e podre são os escândalos envolvendo padres pedófilos (não que eu o esteja acusando, apenas alertando-o que há coisas bem mais imorais que uma cadelinha de pernas abertas para o altar.).
Ele também deve ter esquecido as lições que o próprio Jesus ensinou, que era o amor, a caridade e a benevolência! Aliás, não só ele esqueceu essas lições, mas toda a comunidade que o cerca e frequenta a missa junto com Adelaide! Pobre Adelaide! Será que só ela presta atenção as lições bíblicas que são balbuciadas em vão? É uma pergunta que me faço neste momento!
Porque se mais alguém estiver de fato OUVINDO o que se é pregado, se é que estão pregando a palavra do deus que eles dizem crer, saberão que o amor é o principio de tudo.
Uma cadela é uma criatura do “deus” que eles dizem cultuar. E até onde me consta, (pasmem, eu li a bíblia) não há na bíblia um trecho que autorize o abate de uma cadelinha de rua num templo qualquer.
Mas, ainda vou seguir por outra ótica, que provavelmente será usada como defesa do “bem geral da população”, o padre Mendes também alegou que a cachorra suja a igreja (discordo que essa seja a maior sujeira existente no lugar, mas...), que fica se coçando o tempo todo e que as crianças brincam com ela, correndo assim, o risco de pegar doença. Beleza, argumentos bem estruturados. MAS, eu novamente volto a questionar: ONDE ESTÁ A CARIDADE DESSA COMUNIDADE?
Será que nessa comunidade NINGUÉM pode acolher, tratar e cuidar da cadelinha? É mais fácil sacrificá-la?
A própria igreja não poderia fazer um mutirão (tirando um pouco do DINHEIRO que é arrecadado para tratar a cachorrinha), tratando e depois arrumando um lar pra ela?
Eu conheço um pouco destas comunidades e sei que muitos possuem pequenos sítios e que teriam como acolher um animal assim se houvesse boa vontade e amor, coisa que anda mais escasso que a água no sertão.
O mais triste nisto tudo é ver que uma pessoa que “é líder”, conduzir uma situação simples e corriqueira com tanta falta de sensibilidade e amor.
Mas, é só uma cachorrinha...
...revelando o caráter humano por trás das religiões!

Luciene Linhares
31 de Maio de 2016


segunda-feira, 23 de maio de 2016

O diabo que é você


O diabo que é você

Há alguns dias abandonaram um cachorro adulto na rua em que moro, lindo e dócil ele vaga de um lado para o outro da rua, inocentemente arriscando a sua vida, visto que a rua é muito movimentada. O cachorrinho é marrom, por isso nós o chamamos de Chocolate.
Quando Chocolate apareceu, tinha uma coleira, o que nos leva a crer que obviamente tinha um dono, hoje fiz algumas fotos dele e postei no Facebook, para ver se o dono aparece, infelizmente, acho que ele foi abandonado, mas manter a esperança, é muitas vezes, tudo que possuímos.
Pela manhã um carro quase o matou e eu fiquei ainda mais preocupada e triste pela situação. Meu lado mais sombrio acredita que ele foi abandonado e não dá pra ser boazinha o bastante para perdoar este tipo de coisa, me perdoe se for capaz, mas acho que as pessoas não merecem perdão, elas merecem colher exatamente o que semeiam.
E o que eu desejo para a pessoa que abandonou Chocolate é que ela experimente na vida dela, todos os dissabores que faz o animal passar! (se o abandono for a causa dele estar na rua).
Vou aproveitar a deixa para dar minha opinião (o bom e velho pitaco, como diria minha avó) sobre outra questão ridícula que vejo não só nas redes sociais, mas nas conversas em geral.
Se você é uma pessoa mau caráter e ruim, não culpe a Deus ou ao diabo pelo mal que virá a te acometer!
Outro dia li uma reportagem de um pequeno jornal da cidade de Picuí que dois bandidos invadiram a casa de um IDOSA num pequeno sítio, agredindo-a em busca de dinheiro e como a coitada não possuía o dinheiro que eles acreditavam ter, iniciaram uma discussão que culminou na morte de um deles que recebeu um tiro no peito, falecendo no local.
O comparsa que atirou fugiu do local e nas redes sociais poucas foram as manifestações em prol da idosa. Todos estavam com muita “peninha” do “pobre” jovem rico e bonito que havia morrido com um tiro no peito! Alguns até acusavam Deus pelo assassinato! (Pasmem) Dizendo que foi Deus que quis assim!
Particularmente não acredito que exista um Deus assassino assim, mas creio na ignorância humana que busca sempre um culpado para os seus próprios erros. Quando eles não culpam a Deus pelas tragédias, dizendo que é da vontade dele que aquilo se cumpra, eles dizem que foi o diabo que incentivou a pessoa a fazer o mal, mas que no fundo a pessoa é boa! (Fala sério!)
Pra não dizer que não acredito que há influência maléfica, eu vou argumentar novamente: Beleza! Há sim influência de demônios que auxiliam para que o mal aconteça, MAS, para que esta influência seja sentida, é necessário que a pessoa abra espaço em sua vida para que o mal entre! BINGO! ... Ou seja, a culpa continua sendo sua se você abre espaço na sua vida para que o mal habite.
É como uma pessoa que não tem coragem suficiente para falar e fazer tudo que tem vontade estando sóbrio, então, premeditadamente se aproveita do álcool como subterfúgio para agir da forma que realmente quer ou sente. E depois, quando a merda tá feita, vem com o papo de que não se lembra e que agiu daquela forma porque o álcool o dominou.
Eu não acredito neste tipo de justificativa! Fez o que fez, porque quis! Fez porque era isso que havia em sua índole.
O demônio não transforma as pessoas, ele apenas traz para fora o que elas realmente são por dentro.
Achar um culpado é sempre mais fácil do que assumir a culpa!
Luciene Linhares
23 de Maio de 2016




Receita da felicidade



Receita da felicidade

Outro dia eu li a seguinte frase de Carl Jung: “O sapato que se ajusta a um homem aperta o outro; não há nada para a vida que funcione em todos os casos.” E no mesmo instante, eu lembrei de conversas que tive com três amigas íntimas, que sempre desabafam comigo os seus problemas corriqueiros. Cada uma com problemas diferentes, e eu como toda boa amiga, sempre tinha um “pitaco” para cada uma delas, quem é amiga de verdade, sabe do que estou falando, a gente acaba sentido as dores das nossas amigas e acaba achando que pode resolver tudo para elas a luz nada brilhante do nosso ponto de vista, mas isto é um erro gigantesco.
Nossas opiniões estão baseadas em nossa própria vivência e o que daria certo para mim, jamais daria para qualquer uma de minhas amigas. Isto, sem falar que eu não consigo resolver os meus próprios problemas, como ouso ficar tentando resolver os dos outros. Coisas de gente doida mesmo!
Em um dos casos, a pessoa não gosta de estudar e eu ficava muito no pé dela por causa disso, mas isso se deve a criação que tive, minha mãe sempre valorizou demais o estudo, mas a minha amiga é feliz do jeito dela. Mesmo sem estudar o quanto “eu queria” que ela estudasse, ela tem seu emprego, sua vida e sua harmonia particular, do jeito dela, e no fundo, mesmo sem que ela perceba, ela é feliz, porque há paz em seu lar.
A outra amiga é o contrário desta, ela é muito estudiosa e corre atrás de um concurso público que conceda-lhe estabilidade financeira suficiente para uma vida de conforto, mesmo que para isso ela não morra de amores pelo emprego, o que ela quer mesmo é a “estabilidade financeira”, é louvável o caminho que escolheu para ter sucesso financeiro, há pessoas que buscam caminhos bem mais rápidos e terríveis, mas sobre minha ótica, este plano não daria certo, pois sou muito passional. Não consigo me ver presa num emprego apenas pelo dinheiro, gosto de liberdade, sou muito temperamental, então, fico pensando e se eu tivesse um emprego federal, por exemplo, no qual meu chefe fosse um arroto de bêbado? Será que eu aguentaria? Claro, que não! Quem me conhece sabe que sou estourada e ignorante como casa de maribondo e se mexer comigo o bicho pega!
Mas, para a minha amiga que tem o temperamento mais brando que o meu, este emprego serviria e a faria feliz, porque é isto que ela almeja para a vida dela.
A terceira amiga que sempre conversa comigo, possui um relacionamento complicado, mas eu também não sou a melhor pessoa para falar sobre isso, afinal relacionamentos são complicados por si só. Então, não cabe a mim, dizer como agir ou o que dizer, ela deve agir de acordo com o que está sentindo naquele momento, pois as dores são delas e não minhas, então só ela pode agir no momento que achar oportuno.
No inicio eu confesso que ficava com raiva por ela e ajudava a xingar o “filhote de cruz credo”, mas depois percebi meu erro e mesmo contra meus maiores instintos “arengueirísticos” eu fico calada e no máximo, se ela insistir muito por uma opinião eu respiro fundo e falo: - É complicado! ...
Para os relacionamentos eu sempre tenho em mente uma frase que, uma bruxa amiga minha falou num dia em que eu cheguei chorosa reclamando do meu relacionamento: “Não reclame daquilo que você permite.” Ela fechou com chave de ouro as minhas lamúrias, então hoje eu me seguro muito pra não dar nenhuma opinião sobre os relacionamentos pessoais das minhas amigas, pois sei que são frutos das escolhas delas, elas se permitem viver como vivem e cabe apenas a elas, fazerem novas escolhas.
E assim me excluo de falar o que não devo, afinal, a vida é realmente COMPLICADA e exclusiva de cada um de nós.
Luciene Linhares

08 de Maio de 2016