MIGALHAS DE AMOR
O
amor não acaba, a gente acaba com o amor!
Essa
é a realidade de muitos relacionamentos e não adianta fazer birra e tentar
jogar a culpa no outro! Somos responsáveis pela morte do amor.
De
repente você conhece alguém super legal. Papo vai, papo vem e quando menos
espera, você está pensando nele mais do que deveria. As notificações no celular
são checadas com mais frequência e ansiedade do que nunca e a decepção ao ver
que a mensagem não é “daquela pessoa”, fica evidente em seu olhar, da mesma
forma que o brilho se irradia pelo seu sorriso quando é a mensagem tão
esperada.
Pouco
a pouco vocês vão se conhecendo e se aproximando cada vez mais, quando você
menos espera, essa pessoa já adentrou em sua vida de tal forma que fica difícil
imaginar fazer algo sem a companhia da mesma, pois as coisas mais bobas do seu
dia, já tem o toque e a leveza das piadas e brincadeiras que só os casais
apaixonados conseguem manter.
Em
meio a tudo isto, você percebe que se apaixonou perdidamente por esta pessoa e
isso faz com que você se dedique e faça de tudo para que a relação prossiga de
forma cada vez mais harmoniosa e feliz. Você dedica horas do seu dia pensando
ou fazendo algo para os dois e o mínimo que espera é que o outro faça o mesmo,
mas aí é que começa toda a confusão...
Somos
seres completamente distintos e como tal, reagimos e sentimos de forma
distinta! O que para um é de suma importância, para o outro passa totalmente
despercebido. Quem mais faz, mais cobra... E quanto mais cobra, menos o outro
faz. Pois, o outro não consegue enxergar com o olhar de quem tá cobrando e acha
que tudo o que recebe é por mérito.
Relacionamentos
é uma mão de via DUPLA!
Não
adianta justificar de que são “diferentes” e que cada um tem a sua forma de
expressar o amor que sente, pois amor sem “expressão” não é amor, é comodismo,
desleixo, descuido. É qualquer coisa, menos amor.
Um
dia alguém me disse que relacionamento é uma carroça onde os dois devem puxar
no mesmo sentido, caso contrário não sairiam do lugar. Discordo desse conceito,
amor não é uma carroça onde dois burros devem carregar os sentimentos como
verdadeiros fardos divididos em partes iguais para que possam prosseguir pela
jornada.
Amor
é cura, leveza e aconchego. Quando passa a ser peso a ser dividido, deixou de
ser amor e passou a ser apenas um fardo.
Obviamente
que ninguém quer carregar um fardo por muito tempo e é aí que o amor começa a
morrer. Mas, ele morre lentamente...
Morre
em cada mensagem não visualizada ou desconsiderada.
Morre
em ligações realizadas pela força do hábito e não do desejo de ouvir a voz do
ser amado.
Morre
nos pequenos gestos que deixam de ser feitos com a desculpa do cansaço.
Morre
nas pequenas e mais bobas coisas que são deixadas para trás, mas que faziam
toda a diferença no mundo do outro.
Quando
o amor está morrendo, os sentidos são anestesiados, o outro passa a não
enxergar as necessidades do ser amado, para de ouvir o apelo de quem ainda quer
salvar o que sobrou, troca o toque da pele pelo da tela do celular, o diálogo
harmonioso pela disputa de culpados e por fim, para de fazer sentido estar
juntos.
Nesse
processo, quem se doou, começa a recolher os seus pedaços de ilusão, que agora
se revelam como desilusão. E catando o que sobrou, vai se tornando inteiro de
novo. E quando isto acontece, põe um fim no sofrimento do amor que estava
morrendo e que agora se libertou.
Muitos
de vocês, que estão lendo este texto agora, com certeza já viveram situações
como esta, em que vocês fizeram de tudo para que aquele amor tão belo fosse
eterno. Mas, nem tudo acontece conforme desejamos, pois nem todos querem
cultivar um amor, muitos apenas o semeiam para ver nascer e esquecem que o amor
precisa ser cultivado e o deixam morrer por falta de cuidados e atenção.
E
as desculpas para esse desleixo com o amor semeado no peito alheio, são muitas,
entre elas:
“Você
cobra demais!”
Claro
que devemos sempre cobrar demais, porque não merecemos menos do que o que
doamos. Nosso tempo e sentimentos são valiosos demais para serem desperdiçados
por quem não sabe o que é o cultivo do amor.
Melhor
sacrificar um amor que não floresce por falta de cuidados, do que viver de
migalhas.
Luciene
Linhares
01
de Janeiro de 2019