segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Sapos serão sempre sapos, não importa o quanto você o beije!



Sapos serão sempre sapos, não importa o quanto você o beije!

Vocês já tiveram o desprazer de serem assaltados?
Eu já tive esta infelicidade, em um final de tarde enquanto esperava o ônibus pra ir pra faculdade um individuo parou uma moto em minha frente e com um revolver na mão pediu minha bolsa e tudo que nela estava.
Posso te garantir que não foi a melhor das sensações, primeiro porque o susto é tão grande que você perde meio que a noção de tempo e de espaço. Só depois deste choque é que você vai parar para analisar direitinho o que perdeu, e como tudo de fato aconteceu.
Quando cheguei em casa, passei cerca de uns dois dias pra contabilizar o que havia sido levado pelo ladrão (e não adianta vir bancar o engraçadinho dizendo que bolsa de mulher tem tanta coisa que não sabemos ao certo que tem dentro dela), mas é que o pavor e o trauma do assalto nos deixa fora do ar.
Depois de ter contabilizado o que havia perdido eu fiquei pensando na dinâmica do assalto, repassando a trajetória do ladrão e o que eu poderia ter feito para que isto não tivesse acontecido, com tristeza posso afirmar que dei vacilo! Se eu não tivesse ficado no ponto de ônibus tão escuro, se tivesse ficado no barzinho ao lado até a chegada do ônibus, se não tivesse ficado distraída olhando umas anotações...
Foram os “se” que contribuíram para que eu fosse a vítima perfeita naquele momento!
Mas, de tudo temos que tirar uma lição, não é mesmo?!
Então, queria compartilhar com vocês o que pensei a respeito disto e a que conclusões cheguei:
"Quando a gente dá bobeira pra o azar, do tipo ficar com o celular na mão num lugar onde o índice de furto é grande e de repente “um mala” vem e o leva, a gente fica com a sensação de perda e sofrimento, mas também com a certeza de que fomos responsáveis pelo furto! Pois, não observamos os perigos que se aproximavam.
Pois é, isso também acontece com nossos corações. Às vezes deixamos nossas emoções e sentimentos desprotegidos, a mercê de qualquer um que queria roubá-los e quando isso acontece à sensação de perda divide espaço com a sensação de burrice e culpa por ter deixado algo tão precioso ser levado por alguém tão sem valor.
Nos expomos ao perigo de gente vazia, que tenta nos roubar para preencher seus próprios espaços solitários e frios. Nos deixamos levar pela lábia daqueles que nada possuem a oferecer. A fábula do sapo que vira príncipe parece não ter saído da mente de muitas pessoas, porque nunca se beijou tanto sapo na esperança de transformá-los em algo melhor, quem sabe, até um príncipe! Mas, isto é só mais uma história pra crianças (que aliás, ao meu ver, nem deveria ser contada para não confundir a mente delas).
Sapos serão sempre sapos!  
A vida dá sinais de que as coisas estão erradas, a gente é que insiste em fantasiar, achando que aquela desatenção ali é só excesso de trabalho do “sapo”, que aquela grosseiria do “sapo” foi só porque ele teve um dia ruim... E assim, vamos engolindo os sapos dos “Sapo”, fechando os olhos para o pântano que se abre aos nossos pés.
E se você teimar em acreditar que um beijo ali, um carinho acolá, irá modificar a natureza da criatura, tolo engano! Uma hora você vai acordar e verá que todos os seus sonhos e ilusões foram para o brejo junto com o sapo!


Luciene Linhares
 24 de Agosto de 2015

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Alma mutilada



Alma mutilada

Quando alguém é acometido por uma enfermidade que começa a drenar a sua saúde, a sua vida, o que pessoa faz?
Claro que todos vocês irão me responder que esta pessoa irar procurar assistência médica para descobrir e eliminar o problema o mais rápido possível! Afinal o nosso corpo dá sinais de que algo está errado, embora muitas vezes nós o ignoramos, fazendo com quê a enfermidade só avance e traga ainda mais sofrimento.
Cortamos o álcool, o cigarro, a gordura e o açúcar de nossas vidas quando isto é necessário para que possamos ter uma melhor qualidade de vida. Às vezes até um pedaço de nosso corpo, uma perna, um braço ou um rim nos é cortado para que possamos viver.
Quantas mulheres se veem com a única alternativa de perder um seio para que tenham a chance de sobreviver e mesmo diante de todo o sofrimento e dor (emocional e física) elas optam pela retirada da mama e seguem seus caminhos, confiantes de que aquele pedaço que se foi não lhe servia mais e de que viver, é sempre a melhor escolha.
Sabendo de tudo isto, então, por que temos tanta dificuldade de cortar pessoas e comportamentos prejudiciais a nossa felicidade? Porque devemos permitir que o outro apodreça o que há de bom em nós? Até quando fingiremos que não há feridas sendo abertas a cada palavra mal dita, a cada falta de respeito e consideração?
Semelhante a um câncer as feridas da alma começam silenciosas e são alimentadas por pequenos fragmentos de desamor. O desamor responsável por essas feridas não parte apenas do “outro”, mas de nós também. Quando não nos amamos o suficiente, fechamos os olhos para as causas do nosso sofrimento, como se negando-os, eles fossem desaparecer como num passe de mágica.
Mas não vão!
O sofrimento que o outro te causa só irar cessar no dia em que você enxergar que apenas você pode por um fim nisso.
Às vezes é necessário tomar uma dose cavalar de coragem para eliminar este mal de sua vida. Não vou mentir dizendo que será fácil, pois como todo tratamento existe uma dose de sofrimento envolvido. Mas, posso te garantir que valerá a pena encarar tudo isto de cabeça erguida.
Haverá sintomas terríveis de abstinência que te farão questionar se retirar a doença (o outro) foi o remédio certo para a sua dor e se você realmente irar conseguir chegar ao final de tudo isto vivo, mas tudo isto irar passar. E um belo dia, quando você menos esperar, estará curado e feliz!
Não haverá mais noites de insônia e nem aquela dor que vinha de um lugar que você nem tinha certeza que existia, mas que doía a ponto de te roubar o ar e a vontade de continuar a viver.
Procuramos desculpas esfarrapadas para negar o que realmente nos fere e com isso permitimos que o outro mutile a nossa alma, retirando pequenos fragmentos de dignidade e respeito.
Esse papo todo de doença veio a minha mente durante uma conversa com uma amiga que estava passando por um problema com um relacionamento no qual o rapaz a tratava como segunda opção e às vezes até com ofensas tentando diminuí-la, minando sua autoestima. Enquanto eu a ouvia falar do que estava passando fiquei questionando até que ponto somos responsáveis pelas nossas dores!
O dia terminou, minha amiga foi pra casa dela e o que eu tinha pra dizer sobre o que ela me confidenciou está aqui, espero que tome a decisão certa minha amiga! A cura para suas dores está em suas mãos, cabe a você fazer uso dela ou não!
Luciene Linhares

04 de Agosto de 2015