Alma
mutilada
Quando
alguém é acometido por uma enfermidade que começa a drenar a sua saúde, a sua
vida, o que pessoa faz?
Claro
que todos vocês irão me responder que esta pessoa irar procurar assistência
médica para descobrir e eliminar o problema o mais rápido possível! Afinal o nosso
corpo dá sinais de que algo está errado, embora muitas vezes nós o ignoramos,
fazendo com quê a enfermidade só avance e traga ainda mais sofrimento.
Cortamos
o álcool, o cigarro, a gordura e o açúcar de nossas vidas quando isto é necessário
para que possamos ter uma melhor qualidade de vida. Às vezes até um pedaço de
nosso corpo, uma perna, um braço ou um rim nos é cortado para que possamos
viver.
Quantas
mulheres se veem com a única alternativa de perder um seio para que tenham a
chance de sobreviver e mesmo diante de todo o sofrimento e dor (emocional e
física) elas optam pela retirada da mama e seguem seus caminhos, confiantes de
que aquele pedaço que se foi não lhe servia mais e de que viver, é sempre a
melhor escolha.
Sabendo
de tudo isto, então, por que temos tanta dificuldade de cortar pessoas e
comportamentos prejudiciais a nossa felicidade? Porque devemos permitir que o
outro apodreça o que há de bom em nós? Até quando fingiremos que não há feridas
sendo abertas a cada palavra mal dita, a cada falta de respeito e consideração?
Semelhante
a um câncer as feridas da alma começam silenciosas e são alimentadas por pequenos
fragmentos de desamor. O desamor responsável por essas feridas não parte apenas
do “outro”, mas de nós também. Quando não nos amamos o suficiente, fechamos os
olhos para as causas do nosso sofrimento, como se negando-os, eles fossem
desaparecer como num passe de mágica.
Mas
não vão!
O
sofrimento que o outro te causa só irar cessar no dia em que você enxergar que apenas
você pode por um fim nisso.
Às
vezes é necessário tomar uma dose cavalar de coragem para eliminar este mal de
sua vida. Não vou mentir dizendo que será fácil, pois como todo tratamento
existe uma dose de sofrimento envolvido. Mas, posso te garantir que valerá a
pena encarar tudo isto de cabeça erguida.
Haverá
sintomas terríveis de abstinência que te farão questionar se retirar a doença
(o outro) foi o remédio certo para a sua dor e se você realmente irar conseguir
chegar ao final de tudo isto vivo, mas tudo isto irar passar. E um belo dia,
quando você menos esperar, estará curado e feliz!
Não
haverá mais noites de insônia e nem aquela dor que vinha de um lugar que você
nem tinha certeza que existia, mas que doía a ponto de te roubar o ar e a
vontade de continuar a viver.
Procuramos
desculpas esfarrapadas para negar o que realmente nos fere e com isso
permitimos que o outro mutile a nossa alma, retirando pequenos fragmentos de
dignidade e respeito.
Esse
papo todo de doença veio a minha mente durante uma conversa com uma amiga que
estava passando por um problema com um relacionamento no qual o rapaz a tratava
como segunda opção e às vezes até com ofensas tentando diminuí-la, minando sua
autoestima. Enquanto eu a ouvia falar do que estava passando fiquei
questionando até que ponto somos responsáveis pelas nossas dores!
O
dia terminou, minha amiga foi pra casa dela e o que eu tinha pra dizer sobre o
que ela me confidenciou está aqui, espero que tome a decisão certa minha amiga!
A cura para suas dores está em suas mãos, cabe a você fazer uso dela ou não!
Luciene
Linhares
04
de Agosto de 2015
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