terça-feira, 31 de julho de 2012

Olhar digital




"Olhar digital

Nós vivemos na era da comunicação, com computadores e celulares interligando o mundo em tempo real. O acesso a estes meios tem se popularizado bastante. Nos comunicamos muito, mas pouco dizemos, pois mesmo com todos estes re
cursos nos sentimos sozinhos.
As salas de bate papo estão abarrotadas de pessoas solitárias e vazias, que se refugiam eu seus quartos na companhia do computador. Quanto mais se relacionam, mais sozinhas ficam. Sei que você deve estar pensando que eu sou uma pessoa careta e desatualizada, que pensa que facebook é o no mínimo o nome de uma banda nova de adolescentes, mas não é bem assim, sou viciada em redes sociais, me policio o tempo todo para não perder muito tempo por aqui, afinal a faculdade e os inúmeros livros que preciso ler não me permitem este prazer, sim, prazer. Porque eu também gosto de saber das fofocas! E não há nada mais atualizado no quesito vida dos outros do que o Facebook!
O facebook é o meio mais fácil de saber da vida dos outros, virou a calçada da fama que toda cidadezinha pequena possui, onde as futriqueiras de plantão atualizam seus fuxicos com assiduidade. A necessidade de aparecer as vezes é tamanha que as pessoas narram desde o abrir dos olhos cheios de remela, até a catota que jogaram pela janela do carro quando estavam voltando do trabalho. Lá você sempre vai saber quem tá namorando, quem arrumou emprego novo, quem está com dificuldades, sem falar na coluna “relacionamento sério”, que ultimamente tem adquirido validade super, ultra, mega modificavel. O sério, já não é tão sério...
Mas, o tempo que fico neste espaço observo não só aos outros, mas a mim também, e o que tenho visto é que a comunicação que deveria aproximar, tem muitas vezes afastados as pessoas ( exceto no caso dos amantes virtuais que fazem uso do meio para criar, manter ou recuperar o amor), pois deixamos de interagir com as pessoas próximas para passar horas na internet, com isto abrimos mão do aconchego de conversar olhando nos olhos, sentindo a pessoa conosco, sem contar nas caras e bocas que só uma conversa real pode nos proporcionar.
Ah! Mas tudo isto deve ser o bichinho da saudade, saudade do tempo em que as conversas com amigas, não precisavam de carinhas assim :( para que elas soubessem como eu me sentia, pois o olhar ainda é o melhor meio de comunicação."

Conversa de Passarinho

                      31 de Julho de 2012

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Encarando a vida de frente





"Encarando a vida de frente

Eu estava paralisada pelo pânico na cadeira da dentista, tentando a todo custo tirar o pavor do foco principal, tentei relaxar pensando no meu mantra favorito, mas o barulho enlouquecedor da broca impediu a minha tentativa. Daí, lembrei de todas aquelas técnicas furadas que nos ensinam para aliviar a tensão, voltando a atenção para outra coisa qualquer, então comecei a redigir mentalmente a crônica aqui escrita.  Eu estava toda feliz imaginando o que escrevia, quando vi a anestesia se aproximar e quase desmaiei.
Meu Deus a sessão de tortura parecia não acabar! Fiquei o tempo todo observando as idas e vindas da broca em minha boca, tensa mais de medo, do que de dor. E assim, foi-se a primeira sessão de um canal no meu molar.  Mas, como diz o ditado: “Alegria de pobre dura pouco”, e logo chegou o dia da segunda sessão, e lá estava eu na cadeira da aflição a espera do atendimento. Lembrando dos momentos vividos anteriormente, dei vida ao jargão “O que os olhos não veem o coração não sente”, parecia um plano perfeito. Decidida, fechei os olhos pra não ver o que estava acontecendo, na esperança de não sentir dor pelo fato de não ver aqueles assustadores objetos pontiagudos entrando em meu sofrido dente, ou no que sobrou dele! Mas, na boa, acho até que foi pior do que a primeira, porque além da dor e do desconforto próprio do canal (ampliado em mil por cento pelo meu pavor), me afligia não ver ao menos o que acontecia.
Em meio a tudo isto, me dei conta de que em inúmeras ocasiões tenho tentado esta mesma técnica de fechar os olhos para tudo que me machuca, porque o medo me paralisa e me cega. Há coisas em nossas vidas que corroem e ferem bem mais que brocas de dentistas, e as vezes essa corrosão acontece silenciosamente, quando você aceita a derrota como companheira, quando dá ouvidos a inveja e quando fecha os olhos para o seu potencial. Aprendi na cadeira da dentista, que fingir não enxergar não resolve nada, apenas amplia o dano emocional. Se for pra sofrer, que seja corroendo os velhos costumes, os defeitos que paralisam e machucam."

Conversa de Passarinho

                                                                                                       30 de Julho de 2012

domingo, 29 de julho de 2012

Sempre é tempo de sonhar




Sempre é tempo de sonhar


32 anos é a idade em que a maioria das pessoas de bom senso já possui suas vidas profissionais bem encaminhadas, foi assim com a maioria das minhas amigas.
Nesse mundo louco e competitivo um diploma é só o primeiro passo da longa jornada que temos pela frente, isto sem falar na imposição de se aprender outros idiomas.
Bem, eu engravidei no mesmo mês em que passei no vestibular para o curso de ciências contábeis, no mês seguinte eu estava casada e diante de uma realidade bem diferente. As responsabilidades com a bebe, a falta de grana e principalmente a falta de tesão pelo curso, me fizeram abandonar ciências contábeis, mas cá entre nós, ô curso chato! Ah! Mas este não é o foco, voltemos ao assunto anterior, que é a minha vida!
Então, abandonei contábeis, o tempo foi passando e quando menos espero fruto de uma comemoração de aniversário (o meu aniversário), onde teve muita cerveja e pouca camisinha, veio a segunda gravidez. Justo no momento em que eu me preparava para tomar às rédeas da minha vida, tive que abrir mão dos meus sonhos e enfrentar todo aquele período difícil que um recém-nascido traz.
Não posso negar que o desânimo muitas vezes bateu forte, mas o que é verdadeiro dentro da gente, não morre e mesmo quando eu pensava em “não tentar”, (o que chega a ser pior do que “desistir”, porque a desistência implica dizer que você pelo menos tentou), uma força dentro de mim incentivava a prosseguir.
Com muita persistência consegui voltar ao mercado de trabalho, tarefa não muito fácil para quem passou 12 anos fora. Voltei a estudar, batalhei por uma bolsa de estudos e hoje curso publicidade numa faculdade bacana. Meus sonhos crescem assim como minhas filhas, tenho uma lista enorme de metas colada na porta do meu guarda-roupa para lembrar-me o que falta para a concretização de meus sonhos e junto com a lista o seguinte lembrete:
“Sabe aquele sonho que dizem ser impossível? Ele pode ser real, depende exclusivamente de você. Mas, o que você está fazendo para que ele aconteça? Nada! Então levante e comece a transformar sonhos em realidade. Você é capaz. Acreditar é a palavra. Seus sonhos não vão se realizar agora, como mágica apenas porque você está lendo isto, mas com certeza começarão a existir de verdade no momento que você fizer algo para que isto aconteça. Corra atrás de seus sonhos, mesmo que eles sejam um recordista da São Silvestre. Se vista de coragem e não permita que a descrença em si mesmo o tire da competição e que vença o melhor!”



Conversa de Passarinho

 29 de Julho de 2012

sábado, 28 de julho de 2012

Compaixão anestesiada




Compaixão anestesiada

O curso de enfermagem me ensinou muitas coisas, além das técnicas específicas da área, eu aprendi a observar o ser humano de uma forma diferente. O período de estágio que passei na UTI de um hospital, me colocou frente a frente com o que havia de melhor e de pior no ser humano.
Sentimentos como solidariedade, compaixão e amor estão sempre presentes. Embora a imagem passada seja ruim, pela gravidade da situação que cerca uma UTI, há lugar para a demonstração de afeto gratuito, tanto de funcionários quanto de paciente e seus respectivos familiares. É um lugar onde a vida luta bravamente para se manter,  acompanhada de perto pela fé e esperança e cuidados dos que a assistem.
Conheci muitas pessoas que até o último momento foram exemplos de paciência, coragem e amor. Mas, como bem sabemos, há pessoas que levam o título de profissionais pelo simples fato de possuírem um diploma, mas que não os horam como deveriam. Pessoas incapacitadas tanto profissionalmente como psicologicamente e espiritualmente.
Tomando como base o lema da enfermagem que é “a arte de cuidar”, pergunto-me todos os dias como alguns profissionais conseguem dormir tranquilamente à noite sabendo que não horam seu compromisso fundamental, que é cuidar. Presenciei uma cena que marcou o meu estágio e também a minha vida. Eu estava checando a pressão de um velhinho muito debilitado, quando percebi que ele havia defecado na fralda, como era estagiária, não sabia onde se encontrava todo o material para a limpeza e tinha que solicitar ajuda da enfermeira do plantão, então comuniquei sobre o estado do velhinho e a mesma olhou para o relógio e viu que faltavam 45 minutos para terminar o seu plantão, ela com uma risada de deboche me disse para deixar a troca de fraldas para o próximo plantão e saiu para a bancada onde se envolveu em uma conversa animada sobre uma festa que havia acontecido na noite anterior.
Como um ser humano consegue ser tão insensível a dor do outro?
Que “morfina” é esta que anestesia os sentimentos?
Isto, se ela tiver sentimentos, coisa que também comecei a duvidar. E se fosse um parente dela, será que ela agiria desta forma? Claro que não, se fosse um parente dela, ela moveria céus e terra para que fosse bem tratado, abusando de seus contatos na área para melhor acompanhar, talvez se certificando de que “profissionais” como ela não chegassem perto de seu parente.
Mas, como a dor é do outro, o que outro que se vire com sua dor.
Algumas pessoas se guiam pela teoria de que, com o passar dos anos, alguns profissionais da área de saúde, ficam insensíveis ao sofrimento dos pacientes, além de não servir como justificativa, eu não creio que exista este tipo de anestésico para a alma, a compaixão não se permite anestesiar, assim como não dá pra fingir o que não se sente por muito tempo."
Conversa de Passarinho 

28 de Julho de 2012

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Dê-se ao respeito sempre!





Dê-se ao respeito sempre!
 Agente conhece um cara, diz um oi aqui, outro ali... E tudo começa bem devagar.  Daí você o encontra casualmente pela rua e param alguns segundos para se cumprimentar, ele pede seu telefone e você sente o coração acelerar e a partir deste momento não consegue parar de pensar na hipótese dele ligar.
Ora! Quem nunca passou por isso?
Então ele finalmente liga e te convida para tomar um chope, você capricha no visual, horas no banho, maquiagem, unha e cabelo. Sem falar na roupa, a bagunça que fica no seu quarto, faz parecer que um tsunami passou por ali.
Mas, você vai toda feliz ao encontro, que é simplesmente maravilhoso! Descobrem que combinam em muitos aspectos, parecem feitos um para o outro. As horas ao lado dele voam e na hora de você ir embora rola aquele beijo gostoso.
E no outro dia você se pega rindo sozinha, ao lembrar-se dele. Parece babaca demais! Às vezes a coisa engrena legal e rola até um relacionamento mais sério, outras ficam apenas no beijo que foi inesquecível e perfeito apenas para um dos beijoqueiros, mas se este sortudo for você... Xiiii! Aí sim, que começam os problemas! A dor de cotovelo será a companheira! Porque para o cara, foi só um beijo pra fechar a noite e passar o tempo, tão natural quanto o chope que ele bebeu, mas você se recusa a enxergar assim.
O problema é que imaginamos demais, esperamos demais e fechamos os olhos demais. E quando tudo é demais, pode esperar que o de menos, virar bem mais negativamente e onde menos queríamos, que é a reciprocidade dos sentimentos.
Algumas vezes agente encontra pela vida uns canalhas sem o mínimo de respeito e consideração, que adoram colecionar corações partidos na estante de suas vidas miseráveis, mas em muitos outros casos a culpa é exclusivamente nossa!
Fechar os olhos aos sinais de indiferença, no inicio sutis e depois gritantes não vai fazer com que ele goste de você. No máximo vai te fazer sofrer e bancar a ridícula. O respeito deve começar de nós, por nós mesmas. Para que o outro aprenda a nos respeitar tanto quanto nós nos respeitamos. O respeito é e sempre será a base de todos os relacionamentos. E o principal relacionamento que você deve manter, é o relacionamento com você mesmo. 
Conversa de passarinho

 27 de Julho de 2012

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Sementes de felicidade




Sementes de felicidade


Durante a aula de português na faculdade, eu já não aguentava mais minha colega de classe virar para trás na cadeira para me falar de seu namorado imbecil. Ela está gravida dele e faz de tudo para agradá-lo e o panaca só faz maltratar e trair ela.
E eu que tenho que aguentar as queixas intermináveis dela no meu ouvido, mal consigo assistir uma aula com ela falando... E sempre o mesmo assunto!  
Véi na boa, eu perguntei porque ela não deixava o cara de uma vez por todas e ela respondeu: “Porque Deus quer assim!”
Ah! Não! Não mesmo! Porque Deus quer assim não é a resposta correta. Deus nos presenteia todos os dias com uma semente de felicidade, agora onde você a lança ou como cultiva esta semente, isto é de inteira responsabilidade sua.
Agora temos que deixar a preguiça de lado e começar a arar o terreno, para que as sementes dadas por Deus tenham condição de germinar, dando bons frutos.
Minha vida começou a melhorar, quando comecei a assumir os meus erros e fracassos, parando de culpar a Deus ou destino.
Mas, veja bem, eu assumi os meus erros, mas não no papel de coitadinha emoldurando-os em lugar de honra na minha memória, pois esta atitude iria apenas me prender a um passado que não me faz evoluir.
Reconhecer erros não é ruim quando você aprende que aquilo foi o seu melhor, foi o melhor que você poderia ter oferecido naquele momento, mas que há outras tentativas, outros caminhos, outro tempo. Você pode e deve ser ainda melhor, fazer melhor para viver melhor.
Tentativas são as chaves para a felicidade, uma hora você pega a chave certa, aquela que vai abrir a sua porta da sua vida. Só não vale desistir ou culpar a Deus pelas burrices feitas, ou mesmo pelo caminho errado que você seguiu por anos, volte e refaça.
E aí, o que você vai fazer com a semente de hoje?

26 de julho de 2012

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Vivendo nas lembranças



Vivendo nas lembranças
 Há algum tempo atrás eu li uma frase num blog que dizia o seguinte: “Agente vive até o dia em que morre a última pessoa que lembra de nós.” A brilhante frase de Amós Oz me fez ver que carrego comigo a lembrança de algumas pessoas que amei e que já não estão ao meu lado.
 Lembrar é viver novamente, o clichê tão utilizado nos casos de amor, se tornou ainda mais relevante, com esta nova frase de Amós, dando vida as minhas lembranças e com isto, o elo de eternidade me trouxe a lembrança de uma amiga muito querida que faleceu há algum tempo, infelizmente não pude ir ao seu velório porque estava trabalhando, com isto não guardei comigo a lembrança de sua morte, talvez porque eu não iria reconhecer a minha amiga.
Cultivo em minha mente as doces lembranças das maravilhosas tardes que passamos juntas, regadas a muito café com bolachas e risos. Ela era uma senhora de 85 anos de idade, pele morena, riso fácil e sabedoria ímpar. Tinha um jeito engraçado de conversar mexendo os dedos dos pés, parecia que os mesmos regiam o ritmo da conversa, tamanho o sincronismo.
No que depender de mim, Joana e alguns outros que amei, viverão por muitos anos e muitos anos em mim. Talvez aí esteja um toque de eternidade, levarmos conosco aqueles que amamos, com isto, até as coisas mais simples se tornam elos de lembranças.
Então o segredo para permanecer vivo mesmo depois da morte é agir de forma leve e amorosa, semeando o bem, o riso e os bons momentos. Para que aqueles que cruzaram o nosso caminho, possam ter motivos para nos manter vivos na memória, afinal, ninguém gosta de reviver maus momentos, a mente luta para apaga-los o mais rápido possível.
Seja eterno, semeie o bem!"

Conversa de Passarinho
                                               25 de Julho de 2012        
                                 

terça-feira, 24 de julho de 2012

O preconceito anda de mãos dadas com a ignorância e o desrespeito.






O preconceito anda de mãos dadas com a ignorância e o desrespeito.

 A frase acima poderia servir de perfeita ilustração para as personagens da cena que presenciei em um banheiro público de um estabelecimento comercial.
              Três criaturas que por falta de nomenclatura melhor para defini-las, somos obrigadas a chamar de humanas e acreditem “racionais”, entraram no banheiro e viram uma pessoa que saía do boxe feminino, as três criaturas, palhaças de um show ridículo, fizeram um escândalo sem tamanho, aos berros desvairados de que havia um homem no banheiro feminino. A intolerância que só a total ignorância pode promover constrangeu a pobre moça com aparência masculinizada. E como se não bastasse todo o circo de horrores que se formou no banheiro, as três criaturas começaram a fazer acusações sobre a força da moral imoral imposta pela ignorância.
A pobre moça pega de surpresa pela enxurrada de idiotices ficou tão perplexa com o que estava acontecendo que não reagia, até que uma mulher interveio e a conduziu até a gerência do estabelecimento.
Assim como a moça, eu não conseguia acreditar no que via ali, pois temos o terrível defeito de esperar dos outros, aquilo que oferecemos, baseamos nossas defesas em cima dos nossos ataques, então quando não somos capazes de atacar covardemente alguém, erroneamente acreditamos que o outro também não será capaz.
Há pessoas tão desprovidas de amor e respeito que paramos e nos perguntamos se realmente são da nossa espécie, porque nos envergonham com a intolerância praticada.
 Moral é saber respeitar o direito do outro.



Conversa de Passarinho



25 de Julho de 2012

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Quem vive de amor é dono de motel





Quem vive de amor é dono de motel

Eu estava voltando do trabalho no final da tarde, quando ouvi esta frase tão peculiar e verdadeira: “Quem vive de amor é dono motel”. A frase era o clichê de abertura de uma banda de forró, que estava tocando no carrinho de som, daqueles que vendem CD pirata pela rua.
Não pude deixar de pensar no doce engano que deturpa nossa mente nos fazendo crer em algum momento de nossas vidas que, aquele “Fulano” é o nosso amor verdadeiro, e que o que sentimos por ele é pra sempre e que não conseguiríamos viver sem ele.
Mas, o tal o “Fulano”, aquele do pra sempre, pois é, ele começa a ter sempre o celular fora de área e começa a ficar sempre off-line no msn, e quando finalmente você consegue falar com ele pelo telefone, ele sempre tá cansado demais pra ficar com você, ou sempre terá um compromisso de trabalho nos encontros que você tenta marcar. E quando o destino na sua fatalidade os coloca frente a frente, sim, porque para ter um momento com este “Fulano” você começa a ter que apelar até para o alinhamento das estrelas e passagem de cometas pela órbita terrestre, porque é um fato de mesma grandeza, mas, quando isto finalmente acontece, ele sempre estará disperso demais e se você começar a falar como se sente, ele ficará sempre irritado demais e sempre será a vítima da história.
Então, o desencanto e a sensação de abandono e tristeza vão ser sua companheira, mas você não estará sozinha, afinal sempre existe aquela melhor amiga que fica horas a fio escutando a mesma história contada zilões de vezes, buscando nos detalhes dos diálogos, algo subentendido, um fio de esperança de que o pra sempre com o "Fulano" ainda será pra sempre. Ah! E como eu não poderia esquecer, após a longa conversa com a melhor amiga, ainda temos a coragem de bombardear a coitada com a cruel pergunta: “Mulher, o que você acha?”
Caramba! Agora me pondo no lugar da melhor amiga, acredito que a vontade que ela tem é de nos mandar para um lugar não muito agradável, mas as nossas amáveis amigas geralmente nos olham com olhar do Gato de Shrek e nos mandam seguir em frente, pois tudo passa.  
Daí nós choramos horrores ao som da trilha sonora do nosso quase pra sempre amor, sim, você leu corretamente, a esta altura do campeonato, o pra sempre, já começa a tomar outra forma, porque finalmente você começa a ver que o “sempre” que o “Fulano” tem pra te oferecer, não é o pra sempre que você merece e quer para o sua história, então, aos poucos você abandona este rascunho de história de amor e recomeça outra história e como boa escritora, você um dia consegue o pra sempre da história. Afinal, o livro da vida não pode ficar sem um belo final feliz.

 Conversa de passarinho
                                         23 de Julho de 2012

domingo, 22 de julho de 2012

Preenchendo os espaços vazios da alma com silicone




Preenchendo os espaços vazios da alma com silicone


 Minha vizinha tem dois lindos filhos, estes são a sua razão de viver, ela uma é moça jovem, pequena no estilho Mion, de olhos amendoados e tristes. Seu esposo, um cara fechado, mas muito apaixonado. Depois que teve os filhos, Daniela ficou com a barriga flácida e com estrias profundas, isto se tornou um motivo de infelicidade para ela. Daniela não ia mais a praia desde que seu corpo tomou esta nova forma, e com isto não só os biquínis a deixaram, mas também a sua vaidade como mulher. Observando as queixas e anseios de Daniela, Jurandir o seu marido, fez uma poupança escondido e no dia do aniversário dela, a presenteou com uma abdominoplastia.
             Daniela iluminou-se com a notícia do presente, pulou de alegria pela casa e deu prosseguimento a todo o processo cirúrgico. A cirurgia foi um sucesso, fui visita-la no hospital e mesmo debilitada e sentindo muitas dores, seu sorriso não a abandonava. Ela era só sonhos e alegria. O marido todo orgulhoso, não saía um instante do quarto, ele olhava para ela maravilhado, reconhecendo a menina com quem se casou, pois a felicidade que dela emanava a fez rejuvenescer.
            Retirei-me do hospital pensando em Daniela, em seu sorriso, na dedicação do marido, mas principalmente na diferença que alguns procedimentos estéticos causam, na autoestima de uma pessoa.
              Botox, lipoescultura, drenagem linfática, silicone na bunda e nos peitos...
              Infinitas formas de preenchimento do corpo ou da alma?
             Acredito que os dois.
             Não crítico as mulheres que corajosamente buscam tais procedimentos, na verdade, até as admiro e respeito, pois mostram que mesmo infelizes, buscam o preenchimento de sua tristeza de alguma, forma. O ócio é o pior dos pecados. Ficar parado diante do que te faz infeliz é a prisão mais assustadora que há. É morrer aos poucos, fingindo viver.
            Atirar pedras é muito fácil, qualificar como fútil e fugaz isso todo mundo faz. Difícil é encarar um bisturi cirúrgico com todos os riscos possíveis e as dores do pós. E mesmo assim sorri linda e feliz!
            Estamos aqui para melhorar tudo em nós e ao nosso redor, ser feliz é a busca constante, uns a encontram num pote de sorvete, outros, num bisturi cirúrgico. Quem poderá julgar?



 Conversa de Passarinho

22 de Julho de 2012


sexta-feira, 20 de julho de 2012

Aprendendo a jogar




Aprendendo a jogar

As vezes sinto uma imensa vontade de voltar a ser criança, não só pelas doces lembranças que este pedaço de vida me proporcionou, os fins de tarde correndo atrás de uma bola, as conversas intermináveis com minha melhor amiga, ou o lanche que minha mãe preparava. Isto sem falar nas incríveis férias no sítio de minha avó, onde tudo era liberdade, o cheiro do mato, o café bem quentinho, os lençóis perfumados que ela reservava para mim dentro de uma mala. Até hoje sinto este cheiro na memória de minha alma, mas o que me faz sentir vontade de voltar no tempo é a lembrança da sensação de conforto e renovação que existiam em mim sempre que eu caia.
   Quando algum coleguinha me derrubava (propositalmente ou não), eu rapidamente levantava e mesmo com dores era fácil seguir em frente, perdoar o coleguinha e retomar a brincadeira, do exato ponto de onde tinha parado. Pois eu não queria perder um só momento daquela alegria.
   Hoje as quedas são diferentes, os coleguinhas, não tão inocentes. E quando alguém me joga ao chão, demoro a levantar. As feridas são mais profundas e o perdão mais difícil de encontrar.
   O rancor torna-se um companheiro perigoso, esquecer a dor e ver as novas brincadeiras oferecidas pela vida já não é tão simples. Perdoar torna-se uma tarefa complicada e rotineira, porém vital.
   Mas, pensando bem, talvez eu ainda seja aquela mesma criança, jogando no jogo da vida, apenas em outra fase. E como em todo jogo, ao passar pelas fases, o nível de dificuldade só aumenta, impondo do jogador cada vez mais habilidade e coragem. Ainda bem que não sou o tipo de pessoa que desiste fácil e neste jogo vou até o fim."

Conversa de passarinho

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Sapatos e casamento, a hora certa de trocar


"Sapatos e casamentos...

   Você passa por uma loja e se apaixona perdidamente por um sapato...
   Você entra na loja e não consegue tirar os olhos de cima dele, a atração é tamanha que, você acaba provando-o, e neste momento, você tem a certeza de que é ele que você quer.
   Você o adiquire e o leva para casa toda feliz, pois com ele você se sente não só a mulher mais bela, mas também a mega poderosa!
   O que você não sabia era que, o sapato iria machucar, e MUITO!
   A caminha começa a ficar difícil, pois o sapato aperta, machuca e incomoda demais. Você se sente sufocada com ele, a dor que ele ocasion, tira até o seu raciocínio em certos momentos.
   Se persistir neste suplício, seus dedos e calcanhares irão se moldar ao sapato em um comodismo entorpecente. Com o passar dos tempo, você não sentirár dor, na verdade, você não sentirár nada.
   Você terá apenas um sapato velho para o seu pé cansado.
   Há casamentos que são como sapatos, sentimos o aperto da infelicidade nos sufocar, mas não queremos abrir mão, por comodismo ou medo de não encontrar um sapato que caiba direitinho em nosso pé, ou que pelo menos seja confortável!... Afinal, ninguém é perfeito, nem mesmos os sapatos!
   O comodismo nos atrofia a alma, mina a nossa felicidade, cultive a arte do desapegoe saiba a hora exata de trocar de sapato."

Conversa de Passarinho



quarta-feira, 18 de julho de 2012

Conversa de passarinho

 

"Conversa de passarinho
Numa tarde daquelas de tédio total no trabalho, uma colega entra na sala saltitante e compartilha conosco uma fofoca picante sobre a chefe. Em meio aos inúmeros comentários que se seguem, alguém pergunta a origem da
fofoca, e a colega com um sorriso de malícia estampado no rosto, apenas diz:
-Não sei, foi um passarinho que me contou!
O passarinho que contou a fofoca pra ela, pousou em meu ombro e sem pedir licença, foi logo contando tudo. E assim nasceu a conversa de passarinho."

Conversa de Passarinho ♥

terça-feira, 17 de julho de 2012

O passarinho

Eu sou um passarinho que semeia palavras. Sou a voz do que teme ser reconhecido, sou o sentimento escondido... Sou você.