Inté que assim é bom
Engraçado
como uma coisa puxa a outra, já dizia a minha avó! Saltitando pelas fofocas,
intrigas, tristezas e imbecilidades que só o facebook tem, eu encontrei uma página
interessante: “Coisa Velha”, nela o proprietário posta fotos de coisas antigas.
A página é um sucesso, afinal não é todo dia que temos o prazer de ver, lembrar
e consequentemente reviver as alegrias de nossa infância.
Eu
já me peguei inúmeras vezes a bordo de uma viagem no tempo com as postagens,
aterrissando sorrindo pela alegria revivida. Hoje eu vi uma foto dos velhos
papéis de carta que nos fazia vibrar a cada nova aquisição. Eu tenho minha
coleção de papéis de carta até hoje, guardado a sete chaves para poupá-los de
minhas filhas pequenas!
Na
página também havia uma foto do velho e bom caderno de enquetes, quem tem mais de trinta anos sabe bem do que estou
falando, o caderninho de enquete era o investigador da vida alheia mais
divertido e eficaz. Quem sabe ele não é avô fofoqueiro do facebook de hoje! Em
cada folha, uma pergunta indiscretamente boba (não havia tanta malícia como há
hoje), com espaços devidamente numerados para cada resposta. O divertimento e a
curiosidade alimentavam a expectativa toda vez que pedíamos para uma amiga
responder o querido caderninho, como se ali fossemos encontrar todo o segredo
do universo... daquela pessoa. Isto sem falar que, ele era a chave do sucesso
para descobrir se o “nosso amor verdadeiro para todo o sempre” sentia o mesmo
por nós. Entregávamos o caderninho para o paquerinha, esperando ali uma linda
declaração de amor embutida nas respostas, e cada resposta se tornava uma
xarada vista e revista com a melhor amiga em busca de novas pistas de sentimentos.
Bons
tempos... Arremato com saudosismo pegando emprestado do grande Rei Luiz Gonzaga
e digo...
“Se
agente lembra só por lembra, do amor que agente um dia perdeu, saudade inté que
assim é bom pro cabra se convencer que é feliz sem saber, pois não sofreu.”
Conversa
de Passarinho
31 de Outubro de 2012