terça-feira, 29 de julho de 2014

A prova vai ser de dupla, você e Deus








A prova vai ser de dupla, você e Deus

Na faculdade tem um professor extremamente exigente e dedicado, as vezes ele é até chato, de tão dedicado ao trabalho! Ele cobra o conhecimento que repassa, na mesma medida. Suas provas são motivos de tensão para os mais descuidados, afinal, aluno que é aluno sempre dá aquele jeitinho para reclamar que tá pesado e ainda aproveita para pedir aquela ajudinha, do tipo: “É em dupla, professor?”
E ele não perde a pose e nem a piada e todo faceiro responde sempre sorrindo: “Sim, é em dupla. Você e Deus!”
Alguns reviram os olhos sabendo que Deus não os ajudará neste momento, outros sorriem e assim tudo vai se encaixando e quem realmente quer evoluir, dá o respectivo valor ao que ele ensina e na próxima, faz ao lado de Deus, mas com o seu próprio esforço, como lhe é devido.
Ontem, eu estive doente e fiquei a parte da manhã em uma enfermaria para tomar um soro e medicações e no celular meu marido perguntou:
 Quem está com você aí no hospital?
E na hora eu lembrei-me do professor e da famosa frase “É de dupla, você e Deus!”, na verdade, embora tenha alguns amigos e familiares que moram perto, todos estavam ocupados com seus respectivos afazeres e não podiam me acompanhar, então eu fui com Deus para o hospital e lá Ele me fazia companhia.
Quando cheguei em casa a frase ficou na minha cabeça e como num filme eu lembrei de vários momentos difíceis que vivi e todos eles foram provas em “Dupla, eu e Deus”. A vida é esta eterna escola, na qual o conhecimento é passado a todo instante por tudo que cruza o nosso caminho, e como em toda escolha, haverá bons e maus professores, mas isto não tira a nossa obrigação de aprender com eles. Escolhendo o que é bom e excluindo o que é mau.
Nas tarefas mais simples, como em toda escola teremos a ajuda dos companheiros de jornada e umas explicações extra da mestra vida, mas na hora da prova, em que ela irá certificar-se de que realmente aprendemos a lição, não haverá mais ajuda.
Mas, não se desespere porque mesmo que a prova seja difícil, ela sempre será “Em dupla, porque Deus jamais o deixará sozinho”, mesmo que você erre e que não consiga obter o resultado que Ele espera de você (afinal, Deus o ama e por este motivo Ele sempre espera o melhor de você, como um pai amoroso que é), isto não é motivo para que desanime e desista da lição. Quer dizer apenas que você pode e deve se esforçar ainda mais para ter êxito na próxima, superando-se a cada dia. Refazendo-se a cada dia.
Não se esquive dos seus erros, encare-os de frente, mas sem as amarras da culpa, observe-os de longe tomando-os apenas como referência do que não deve ser repetido. O tempo passa rápido e você precisa sempre dar o próximo passo no rumo da evolução.
E na próxima prova você verá que será de dupla, mas você estará preparado para fazer a sua parte com Êxito!
Boas provas pessoal!
Luciene Linhares
30 de Julho de 2014




sábado, 26 de julho de 2014

Como colar os pedaços de um coração






Como colar os pedaços de um coração

Tudo começa com a saga do sábado à noite...
O dia parece ter se arrastado, porque você não vê a hora de sair do trabalho (que na maioria dos casos te prende no mínimo até o meio dia) e correr para o salão. Corta daqui, (mais só um pouquinho), pinta dacolá, faz unha e corre para casa para montar o “visu” que vai simplesmente arrasar as colegas!
Banho demorado, depilação em dia e figurinos diversos espalhados por todos os lugares possíveis do quarto.
E você começa a experimentar cada um deles, checando no espelho que te deixa com a bunda mais empinada e com os seios mais atraentes, mas afinal, para quem você está se arrumando? Isto nem mesmo você sabe!
Daí você liga paras as amigas que ainda vivem neste mesmo frenesi das baladas e combinam de se encontrar num lugar “bacana” e na hora H, todas estão lá, como peças de uma feira, uma feira de gente. Exuberantemente expostas à diversão!
“Uma bebida para esquentar o clima e olha só aquele gato que tá me olhando, ele me chamou para sair, o que vocês acham meninas?” (pergunta a mais animada do grupo)
“Vai nessa, aproveita! Ele é lindo e homem está em falta!” (Responde a outra, que já não sabe ao certo o que é certo).
E assim a bebida aquece o corpo a medida que gela a alma.
No outro dia, os corpos que se incendiaram e pareciam terem nascido um para o outro, ou até mesmo pareciam ser um só, se afastam e se repelem como opostos que são.
Quando o dia nasce trás com ele a ressaca física, mental e emocional que foi tão bem maquiada pela mascara da noitada.
E minha amiga, não se engane, a dor de cabeça que o álcool costuma trazer não é a única dor que você vai sentir, enquanto buscar preencher seus vazios com os vazios dos outros.
As festas costumam ser os lugares mais cheios de gente vazia do universo, cada uma buscando o que lhe falta no outro, são cacos de gente tentando formar um inteiro que nunca se junta, pois sempre falta um pedaço.
Não se engane: No outro dia ele não vai ligar, aquela amiga só vai te procurar para a próxima farra e os “best friends forever” da noite anterior serão capazes de não te reconhecer na próxima balada, caso você não tenha algo a oferecer.
Por mais chato que possa parecer, a solidão as vezes é a melhor companhia, para isto minha amiga entenda bem os tipos existentes e veja em qual delas você se encaixa!...
Há vários tipos de solidão:
Solidão acompanhada: é aquela que você está com alguém, mas este alguém não está com você ou você não está com ele como deveria ser, então apenas ocupam lugar na vida um do outro impedindo de que se libertem para a felicidade.
Solidão forçada: é a mais perigosa das solidões, pois o indivíduo tem a imensa necessidade de estar com alguém e para isto não mede esforços em se meter em confusões emocionais desastrosas só para não ficar sozinho.
Solidão por solidão: é aquela solidão que faz bem, que faz com que o individuo não sinta a necessidade de outra pessoa para se preencher, pois nele não há vazios a serem preenchidos, apenas há a satisfação de se sentir confortável e feliz com a sua própria existência. Neste ultimo tipo de solidão, não quer dizer que a pessoa é insensível e que despreza a humanidade porque é autossuficiente, mas quer dizer que ele se ama o bastante para enxergar que para ser feliz não precisa do outro, mas de si mesmo. E que se abrir mão de sua solidão será não para ser preenchido, mas para fazer transbordar.
Quando descobrir em qual solidão você se encaixa imagine a seguinte cena:
Você ganhou um vaso precioso que o seu amado pai lhe deu como herança e por descuido você o deixou cair e ele se espatifou, no desespero de recuperar o que perdeu, você tentará colher todos os pedacinhos do vaso e calmamente tentará colar eles um a um, mesmo sabendo que não será o mesmo, você tentará de todas as formas consertar o que quebrou.
 Agora me diga, você acha que esta tarefa de colar os pedaços seria mais fácil de fazer num lugar barulhento com pessoas sem noção alguma do valor que o vaso tem pra você, tentando te “ajudar” ao mesmo tempo que pisam e espalham ainda mais os pedaços?
E se eu te disser que este vaso é o seu próprio coração (sua fé, sua autoestima, seu amor próprio) que Deus tão generosamente te deu e que por inocência e cegueira você o deixou nas mãos de alguém descuidado que o quebrou?
Como pretende colar os pedaços de sua solidão de hoje em diante?
Luciene Linhares
26 de Julho de 2014


terça-feira, 22 de julho de 2014

Religião, o rótulo que te rotula




Religião, o rótulo que te rotula

Fui criada num lar “Católico”, mas, aqueles Católicos que se envolvem mais com espiritismo do que o próprio médium regente. Lembro-me bem quem íamos na missa apenas em ocasiões de batizado, casamento ou missas celebradas em prol dos que já se foram da família, mas se alguém nos perguntassem que religião tínhamos, com firmeza dizíamos: “Somos Católicos”.
Fui crescendo, lendo e observando várias religiões existentes e definitivamente, com todo respeito que a religião merece, nunca me senti Católica. Fingia dor de barriga, dente, ouvido ou cabeça, tudo pra não ir para as aulas de catequese que minha obrigava.
Finalmente venci pelo cansaço e minha mãe me permitiu abandonar as aulas de catequese. Estudei várias religiões, que também não convém citar aqui em respeito aos amigos que nela dispõem sua fé e também não me encaixei em nenhuma delas.
O tempo foi passando e eu engravidei e aí veio uma das minhas maiores preocupações, como passar os conceitos de religião para as minhas filhas? E o pior, que conceito passar se eu não tenho a plena convicção de qual é o certo afinal!
Não estava nos meus planos ensinar o que era errado para elas, pois como mãe desejo-lhe o melhor, então começou o meu grande dilema...
Meu maior problema com as religiões não eram os seus dogmas em si, mas a forma como as pessoas os encaram e como costumam apontar os erros dos outros, esquecendo de cumprir com suas próprias obrigações. Isto sim, eu não suporto.
Percebi também que na GRANDE maioria dos casos tudo aquilo não passa de uma ROTULAGEM hipócrita e medonha, da qual pessoas de má índole e caráter duvidoso se aproveita para tirar todo tipo de vantagem dos menos avisados.
Sentem prazer em vigiar uns aos outros, num desejo insano de descobrir um erro como se o erro do outro o fizesse ser melhor.
Percebi também que as RELIGIÕES separavam mais do que juntavam as pessoas, e que até dentro das próprias famílias isto era motivo para brigas e picuinhas de todos os tamanhos.
A esta altura do campeonato, como diria o meu velho e amado pai, a maior parte dos leitores estão a ponto de me queimar na fogueira, mas ainda tenho algo a dizer: Não sou ateia! Pelo contrário, eu creio e muito em Deus!
Mas, creio no Deus que ama, perdoa e aproxima as pessoas.
Creio no Deus que por amor ainda nos deixa viver neste mundo, mesmo nós não merecendo, visto que temos destruído tudo que ele nos deu de presente, inclusive o seu amor, rotulando-o com religiões cada vez mais mirabolantes e absurdas.
Não creio no Deus perverso que castiga, mas no Deus amoroso que nos permite colher o que semeamos por escolha própria.
Creio na lei do retorno, que é implacável e absoluta.
E é isto que tento humildemente passar para as minhas filhas, não uma religião, mas uma relação com Deus e com toda a sua criação.
Mostrando para elas que Deus se faz presente em cada partícula do universo e que por isto, devemos respeitar e amar, desde a mais singela planta até a pior raça que existe, que é a nossa raça humana.
Namastê!

Luciene Linhares

22 de Julho de 2014

Pare de entregar para Jesus a merda que você faz



Pare de entregar para Jesus a merda que você faz

Já parou para pensar como culpamos os outros pelos nossos próprios males?
O tempo todo nós buscamos culpados pelas mazelas pessoais, emocionais e profissionais que nos cercam. Achar um culpado pela burrada fenomenal parece aliviar a dor e transferir o sentimento de inferioridade, mas isto é um tolo engano que desaparece logo que apontamos o dedo na direção do outro.
Fruto do meio... É uma frase muito utilizada também para livrar a cara principalmente de quem não tem o mínimo de caráter para assumir seus próprios erros. Conheço um monte de gente que nasceu em lares totalmente desregrados, onde bebida e prostituição eram companheiras fiéis e, no entanto, estas pessoas observaram o meio e perceberam que podiam ser melhores do que aquilo, perceberam que sua essência não estava no que lhes era oferecido, mas no que elas tinham a oferecer. Estas pessoas lutaram com muito sofrimento, é claro, mas conseguiram superar as dificuldades e venceram com dignidade a vida. São as pessoas com alma de lótus, flores belas que surgem da lama.
E como todo verso, tem reverso, há também pessoas que nasceram nos famosos berços de ouro, foram agraciadas com lares em perfeita harmonia financeira e emocional, no entanto, escolheram seguir por caminhos tortuosos, abandonaram as oportunidades que a família e a vida lhes concedeu para seguir sem rumo, tropeçando e caindo nos seus próprios pedaços.
Quando se sentir propenso a culpar alguém pelos seus fracassos, pare, pense e observe o que você tem semeado. E mesmo que suas raízes estejam na lama, seja a flor de lótus que o mundo precisa. Olhe para cima, lá existe um céu e ele é o limite para aqueles que acreditam que podem se refazer quantas vezes forem necessárias.
Emprego ruim? Aperfeiçoe-se e consiga um melhor.
Se você está num relacionamento que apenas subtrai a sua paz, retire-se. Refaça-se.
Se hoje foi difícil? Amanhã você terá um dia novinho em folha pra recomeçar.
E chega desta velha desculpa de: “Vou entregar para Jesus...”
“Não, não entregue para Jesus os problemas que VOCÊ MESMO procura diariamente com suas burradas”.
Jesus não pode ser responsabilizado pela sua preguiça, pela sua ganância, pelos seus excessos e muito menos pelas más escolhas que faz nos relacionamentos.
Porque convenhamos, cá entre nós, onde é que Jesus iria te jogar para cima daquele cara canalha que você insiste em acreditar que vai virar santo da noite para o dia?
Ou então, onde estaria a sua bondade ao permitir que você se mantenha na situação infeliz de penumbra financeira, se nas horas vagas você prefere curtir uma cerveja com os amigos no lugar de estudar e procurar novas oportunidades?
Cai na real! Se as coisas não andam bem, é porque você não está sabendo caminhar prudentemente. Se você quer culpar alguém, procure um espelho urgente!
Luciene Linhares
22 de Julho de 2014

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Decepção ou surpresas? Só depende de você!





Decepção ou surpresas? ...
Só depende de você!

Até bem poucos dias eu não sabia que ele sequer existia...
Mas, numa noite fria em que por acaso (que é o jeitinho que Deus dá de por as coisas no lugar) eu me atrasei nos benditos serviços domésticos e entrei pela noite com a lavagem de roupa, então quando fui estender as roupas que havia esquecido na máquina ouvi seu choro desesperado na rua.
Larguei tudo que estava fazendo e gritei para que minha filha trouxesse as chaves do portão para que eu pudesse ver o que estava acontecendo, quando abri o portão vi o Tutu (batizado assim pela minha caçula, na verdade é a abreviação de Arthur) miando desesperado de portão em portão. Parecia implorar para que o ajudassem, para que o tirassem dali. Os carros passavam em alta velocidade logo após a calçada e a cada carro ele corria e se escondia na primeira pedra ou batente que encontrava pelo caminho.
Ele estava tão assustado que não aceitava a minha ajuda, tentei me aproximar por diversas vezes, mas quando chegava mais perto, ele corria. Não tiro suas razões para temer a mão que queria ajuda-lo, afinal, antes da minha mão, outras apareceram e com certeza não foi para ajudar.
A equipe de resgate se revezou na tocaia do gatinho assustado, minhas filhas trouxeram comida e a caixinha de transporte e depois de muito pega, mas não pega, conseguimos pegá-lo!
No outro dia ele já parecia outro gato, dócil, brincalhão e extremamente carinhoso. O gato tem demonstrado muito mais caráter do que muitas pessoas que eu tive o desprazer de conhecer. Isto me fez repensar muito a respeito do que as pessoas esperam dos relacionamentos, mesmo quando o relacionamento é de amizade com um animal.
Tenho observado tristemente o preconceito que as pessoas nutrem para com os gatos, falam que os gatos são traidores, frios, insensíveis e interesseiros. Dizem que preferem os cachorros porque tomam conta da casa, são obedientes e amorosos. E eu me pergunto, afinal, quem é mesmo interesseiro?
Não aprendemos a amar por amar, mas nos condicionamos a doar esperando o respectivo retorno do que foi investido. Nos envolvemos em relacionamentos extremamente frustrantes porque esperamos receber aquilo que doamos, mas o ser humano não tem manual de instrução e muito menos altruísmo para ceder aos caprichos daqueles que os escolhem por objeto de amor.
O gato talvez seja o mais parecido com o ser humano, exceto que eles (os gatos) possuem uma grandeza de espírito mais elevada do que a maior parte de nossa raça (a humana). Se um gato não gostar de você meu amigo, certamente ele demonstrará isto rapidinho e se você vacilar tentando uma aproximação, ainda pode levar de brinde uma boa arranhada num lugar estratégico.
Entenda de uma vez que falsidade e hipocrisia são características suas (dos humanos) e não dos gatos. Eles não são obrigados a saírem correndo atrás de você o tempo todo, se eles se aproximarem de você em busca de carinho, é porque realmente querem isto e não porque precisem disto. Então, aproveite!
Ao invés de ficar com inveja do bichano por ele não ter o seu complexo de carência e inferioridade, aprenda com eles a se bastar. Aprenda a amar sem esperar algo em troca, a viver a vida de forma simples, só assim seus dias terão mais surpresas boas do que decepções.
Não esperar pelo outro é a melhor forma de ter o que se quer.
Luciene Linhares
22 de Julho de 2014