terça-feira, 17 de novembro de 2015

Caminhando para o abismo



Caminhando para o abismo

Ontem à noite quando estava indo para a faculdade vi no ponto de ônibus um gatinho preto, ele caminhava com certa dificuldade e um de seus olhos estava furado. O gato passou por todas as pessoas que estavam na rua e entrou num portão de uma escola. Observei aquilo com o coração partido, mas eu já estava muito atrasada para uma aula que eu não poderia perder, pois teríamos uma avaliação durante a aula.
Entrei no ônibus com o pensamento no gato e na dor que ele deveria estar sentido, mas assim como ele segui meu caminho. Cheguei atrasada com uma atividade já em curso, assisti a primeira aula e na segunda aula o professor passou um vídeo sobre consumo consciente e pediu para que escrevêssemos nosso posicionamento a respeito do tema, ele queria saber se nós acreditávamos se isso um dia seria possível ou não.
Infelizmente não tive dúvidas em me posicionar contrária a esta ideia. Eu realmente não acredito que possamos chegar a um nível de consciência que nos permita colocar o planeta em seu devido lugar, que é o primeiro. NÓS estamos destruindo os recursos naturais, NÓS estamos nos matando de todas as formas possíveis.
NÓS, porque não é só quem lucra em cima disto que tem culpa, TODOS NÓS temos uma parcela de culpa. Permitimos que isto aconteça, nos calamos, fechamos os olhos para a dor do outro e seguimos nossas vidas em busca de coisas tão vazias quanto nós.
A tragédia que ocorreu em Minas Gerais é um exemplo de nossa cegueira e permissividade, as vidas que se foram e as vidas que ficaram em frangalhos por ter perdido tudo que construíram ao longo de anos e até pessoas que amavam, não passam de gatos pretos caminhando com dificuldade pelas ruas da vida para nós. Logo esqueceremos. Logo tudo passa...
E como se não bastasse tanta ignorância, tanta falta de sensibilidade e respeito a dor do outro, ainda ficam com joguinhos ridículos nas redes sociais tentando mensurar qual dor dói mais. Não interessa se é Paris, Minas ou o Sertão Nordestino, a dor do outro é sempre dor.
Não acredito que acordaremos a tempo de salvar o que restou do mundo, de nós, do amor.
Luciene Linhares

17 de Novembro de 2015

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O atestado que nada atesta!


O atestado que nada atesta!

O que te faz feliz?
O que é realmente importante para você?
Já parou para pensar no quanto deixamos de ser felizes para agradar o outro?
Perdemos muito por querer ganhar o respeito e a consideração de quem não dá a mínima para o que fazemos ou mesmo para quem somos!
Hoje num desabafo de uma amiga querida, ela se queixava de que os parentes (as tias mais velhas e casadas) a questionavam porque ainda não havia se casado.
O casamento não é e nunca será garantia de felicidade.
Casamento não é um atestado de que você “foi boa o suficiente para “prender” um homem”.
Quando as próprias mulheres conseguirem enxergar que a felicidade é um punhado de coisinhas que deixamos de fazer porque estamos ocupadas demais tentando agradar os outros, verão que o casamento nada mais é do que uma formalidade e dependendo do caso, às vezes ele tá mais pra uma sentença numa prisão invisível onde você vai compartilhar uma cela com um total conhecido que você desconhece.
Ah, mas aquela sua tia deve estar pensando que o seu tempo de casar já passou e que você vai ficar pra titia!
“Coitadinha!” Deve pensar ela. “Não tem ninguém!”
Realmente, você não tem ninguém pra roncar ao seu lado a noite inteira (isso sem falar nas flatulências). Você também não tem ninguém para te aporrinhar porque estourou o cartão de crédito com besteiras que só as mulheres sabem encontrar pra comprar. E eu quase ia esquecendo! Você é realmente uma coitadinha! Afinal, você não tem ninguém pra mentir, trair e desligar o celular quando chega em casa com medo da amante ligar (coisa que provavelmente acontece com aquela sua prima casada, aquela que é bem mais nova que você, ela sim é uma mulher de sorte.
Graças aos céus, muitas mulheres já enxergam essa realidade e preenchem seus dias com a doce felicidade de viver cada dia como se fosse o último, sem se preocupar com o que os outros vão pensar e muito menos ainda, se o tempo de casar já passou ou ainda vai passar.
Casamento é opção e não obrigação. Casa quem quer.
Que se casem, se for para acrescentar felicidade, cumplicidade e harmonia. Caso contrário, que vivam e vivam bem! Sem culpas, sem medo e sem arrependimentos.
A vida é tão bela e tão breve, como a chama de uma vela. Devemos aproveitá-la enquanto queima em nosso peito a vontade de brilhar!
Luciene Linhares

09 de Novembro de 2015