quarta-feira, 25 de julho de 2012

Vivendo nas lembranças



Vivendo nas lembranças
 Há algum tempo atrás eu li uma frase num blog que dizia o seguinte: “Agente vive até o dia em que morre a última pessoa que lembra de nós.” A brilhante frase de Amós Oz me fez ver que carrego comigo a lembrança de algumas pessoas que amei e que já não estão ao meu lado.
 Lembrar é viver novamente, o clichê tão utilizado nos casos de amor, se tornou ainda mais relevante, com esta nova frase de Amós, dando vida as minhas lembranças e com isto, o elo de eternidade me trouxe a lembrança de uma amiga muito querida que faleceu há algum tempo, infelizmente não pude ir ao seu velório porque estava trabalhando, com isto não guardei comigo a lembrança de sua morte, talvez porque eu não iria reconhecer a minha amiga.
Cultivo em minha mente as doces lembranças das maravilhosas tardes que passamos juntas, regadas a muito café com bolachas e risos. Ela era uma senhora de 85 anos de idade, pele morena, riso fácil e sabedoria ímpar. Tinha um jeito engraçado de conversar mexendo os dedos dos pés, parecia que os mesmos regiam o ritmo da conversa, tamanho o sincronismo.
No que depender de mim, Joana e alguns outros que amei, viverão por muitos anos e muitos anos em mim. Talvez aí esteja um toque de eternidade, levarmos conosco aqueles que amamos, com isto, até as coisas mais simples se tornam elos de lembranças.
Então o segredo para permanecer vivo mesmo depois da morte é agir de forma leve e amorosa, semeando o bem, o riso e os bons momentos. Para que aqueles que cruzaram o nosso caminho, possam ter motivos para nos manter vivos na memória, afinal, ninguém gosta de reviver maus momentos, a mente luta para apaga-los o mais rápido possível.
Seja eterno, semeie o bem!"

Conversa de Passarinho
                                               25 de Julho de 2012