Receita
da felicidade
Outro dia eu li a
seguinte frase de Carl Jung: “O sapato que se ajusta a um homem aperta o outro;
não há nada para a vida que funcione em todos os casos.” E no mesmo instante,
eu lembrei de conversas que tive com três amigas íntimas, que sempre desabafam
comigo os seus problemas corriqueiros. Cada uma com problemas diferentes, e eu
como toda boa amiga, sempre tinha um “pitaco” para cada uma delas, quem é amiga
de verdade, sabe do que estou falando, a gente acaba sentido as dores das nossas
amigas e acaba achando que pode resolver tudo para elas a luz nada brilhante do
nosso ponto de vista, mas isto é um erro gigantesco.
Nossas opiniões estão baseadas em
nossa própria vivência e o que daria certo para mim, jamais daria para qualquer
uma de minhas amigas. Isto, sem falar que eu não consigo resolver os meus
próprios problemas, como ouso ficar tentando resolver os dos outros. Coisas de
gente doida mesmo!
Em um dos casos, a pessoa não
gosta de estudar e eu ficava muito no pé dela por causa disso, mas isso se deve
a criação que tive, minha mãe sempre valorizou demais o estudo, mas a minha
amiga é feliz do jeito dela. Mesmo sem estudar o quanto “eu queria” que ela
estudasse, ela tem seu emprego, sua vida e sua harmonia particular, do jeito dela,
e no fundo, mesmo sem que ela perceba, ela é feliz, porque há paz em seu lar.
A outra amiga é o contrário
desta, ela é muito estudiosa e corre atrás de um concurso público que
conceda-lhe estabilidade financeira suficiente para uma vida de conforto, mesmo
que para isso ela não morra de amores pelo emprego, o que ela quer mesmo é a
“estabilidade financeira”, é louvável o caminho que escolheu para ter sucesso
financeiro, há pessoas que buscam caminhos bem mais rápidos e terríveis, mas
sobre minha ótica, este plano não daria certo, pois sou muito passional. Não
consigo me ver presa num emprego apenas pelo dinheiro, gosto de liberdade, sou
muito temperamental, então, fico pensando e se eu tivesse um emprego federal,
por exemplo, no qual meu chefe fosse um arroto de bêbado? Será que eu
aguentaria? Claro, que não! Quem me conhece sabe que sou estourada e ignorante
como casa de maribondo e se mexer comigo o bicho pega!
Mas, para a minha amiga que tem o
temperamento mais brando que o meu, este emprego serviria e a faria feliz,
porque é isto que ela almeja para a vida dela.
A terceira amiga que sempre
conversa comigo, possui um relacionamento complicado, mas eu também não sou a
melhor pessoa para falar sobre isso, afinal relacionamentos são complicados por
si só. Então, não cabe a mim, dizer como agir ou o que dizer, ela deve agir de
acordo com o que está sentindo naquele momento, pois as dores são delas e não
minhas, então só ela pode agir no momento que achar oportuno.
No inicio eu confesso que ficava
com raiva por ela e ajudava a xingar o “filhote de cruz credo”, mas depois
percebi meu erro e mesmo contra meus maiores instintos “arengueirísticos” eu
fico calada e no máximo, se ela insistir muito por uma opinião eu respiro fundo
e falo: - É complicado! ...
Para os relacionamentos eu sempre
tenho em mente uma frase que, uma bruxa amiga minha falou num dia em que eu
cheguei chorosa reclamando do meu relacionamento: “Não reclame daquilo que você
permite.” Ela fechou com chave de ouro as minhas lamúrias, então hoje eu me seguro
muito pra não dar nenhuma opinião sobre os relacionamentos pessoais das minhas
amigas, pois sei que são frutos das escolhas delas, elas se permitem viver como
vivem e cabe apenas a elas, fazerem novas escolhas.
E assim me excluo de falar o que
não devo, afinal, a vida é realmente COMPLICADA e exclusiva de cada um de nós.
Luciene Linhares
08 de Maio de 2016
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