segunda-feira, 9 de abril de 2018

TENDO A ALMA FERIDA PELA DEPRESSÃO




TENDO A ALMA FERIDA PELA DEPRESSÃO

Quero deixar BEM CLARO QUE NÃO SOU ESPECIALISTA NA ÁREA, mas o texto é para chamar a atenção de todos vocês para o que vem acontecendo com muitas crianças e adolescentes, e que muitas vezes tem um resultado final bem trágico, o suicídio.
Quem me conhece e já viu meus textos e também alguns vídeos, sabe que tenho depressão e síndrome do pânico (pra quem desconhece isso como doença, aconselho a procurar se informar mais, pois o mundo será um lugar bem melhor se houver pessoas menos ignorantes nele). Estas duas doenças trazem consigo uma vasta quantidade de sintomas dolorosos. Depressão não é tá: “tristinho porque o crush não dá moral”, “tristinho porque não tem Deus no coração”, “tristinho porque não tem o que fazer”... Esses são os diagnósticos que mais recebo de pessoas muito próximas. Isto sem falar que depois que você é diagnosticada com depressão, com frequência você será taxado por “louca da família”.
No meu processo de depressão eu não passei pela automutilação, mas sentia uma tristeza imensa, faltava tudo: vontade de comer, dormir, trabalhar, amar, conversar, viver. Acrescente a tudo isto, uma fraqueza corporal, daquelas que você tem que se esforçar ao máximo para poder levantar da cama para fazer o essencial, acrescente também enxaquecas horríveis, dores abdominais, arritmia cardíaca, falta de ar, sensação de desmaio, suor frio e enjoos. O calor podia ser de quarenta graus, mas eu sentia frio e vontade de ficar deitada pensando em tudo de ruim que acontecia e que poderia acontecer. As coisas que você mais ama, perdem o sentido e você luta para continuar respirando (geralmente porque você ama tanto alguém, que não quer dar pra este alguém a tristeza de ir para o seu funeral por suicídio). Isto é depressão! Não é falta de Deus ou frescura, ok?
Estes sintomas aí descritos, eu vivi e sobrevivi!
As vezes eles voltam como fantasmas para me assustar e roubar a paz e a alegria de viver, mas depois de um tratamento que fiz com terapias psicanalíticas e remédios (os remédios foram prescritos pelo médico e foi feito o desmame após dois meses de uso, pois respondi bem a terapia), eu aprendi a RECONHECER O MEU GATILHO PARA DEPRESSÃO (que é o motivo pelo qual entramos no circulo deste inferno solitário), eu consigo trabalhar melhor a minha força interior para combater os pensamentos doentes e a intensidade com quê eles me atingem.
Não vou ser hipócrita com vocês e falar que fiquei curada e que não há dias em que eu não esteja me sentido pior do que “a mosca do cocô do cavalo do bandido”, a diferença é que eu sei o que desencadeia esta sequencia de pensamentos sem sentido e aterrorizantes e com isso, luto para combater. Às vezes eu venço e abraço a vida com muito carinho e amor. Outras vezes a doença me vence e eu fico abatida, esperando que a vida me abrace através do socorro que vem de Deus. E assim, sigo meu caminho, travando batalhas silenciosas, vivendo um dia por vez. Lutando para ser melhor e mais forte a cada batalha.
Esta doença mutila a minha alma, mas há pessoas que além de todos estes sintomas que citei, sentem mais e mais dores. Às vezes, estas dores são tão fortes, que elas mutilam seus corpos para tentar aliviar a dor da alma. Não sou especialista na área, então não posso julgar o que de fato acontece para que façam isso, mas esse não é o melhor caminho para sair do furacão que é a depressão. Então, se você está lendo isso e faz uso da mutilação por um propósito que só cabe a você saber, por favor, para! Ferir o teu corpo não vai aliviar a tua dor, fortalecer ele, sim. E se você não estiver com forças para se fortalecer, eu entendo, mas não se mutila!
Sabem por que eu abordei este assunto? Porque conheci algumas pessoas que fazem isso e me entristece como todos ao redor são tão cegos e insensíveis, pois não enxergam o que acontecem em seus lares, com seus filhos. Para que o texto não fique muito longo e cansativo, leiam o outro texto que vem a seguir: Pais, a culpa também é sua!
Luciene Linhares
09 de Abril de 2018

Nenhum comentário:

Postar um comentário