quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Cicatrizes da alma



Cicatrizes da alma

Vocês possuem alguma cicatriz pelo corpo?
E na alma, possuem cicatrizes?
Eu tenho algumas cicatrizes pelo corpo, fruto de quedas e procedimentos cirúrgicos que passei ao longo da vida.
Cada cicatriz tem sua história, algumas delas me trouxeram presentes maravilhosos, como as duas cesáreas pelas quais tive minhas duas filhas, meus dois presentes. Eu não abriria mão destas duas marquinhas de amor por nada neste mundo!
Tenho duas cicatrizes no joelho, fruto de quedas que sofri durante a infância. Uma delas parece até um sorriso, eu a consegui quando brincava num terreno baldio pertinho de minha casa, eu estava me divertindo andando pelo alicerce do que seria um prédio, quando escorreguei e cai, batendo o joelho direto numa pedra pontiaguda. Eu tinha sete anos, minha mãe quase enlouqueceu quando viu a quantidade de sangue, na hora eu achei que ia morrer! Brincadeira! Eu só lembro bem da queda em si e do quanto foi doloroso a recuperação.
A segunda queda eu já tinha catorze anos e desta vez, o processo todo foi bem guardado pela minha memória. Doeu MUITO! E a recuperação foi lenta! Mas, também passou!
Ficaram apenas as cicatrizes!
Enfim, cada cicatriz é um lembrete do que eu passei para chegar até ali, até a cicatrização. Obviamente que não sinto mais dor (graças a Deus), mas também não está nos meus planos ter uma nova cicatriz pelo mesmo motivo!
Prestem atenção na frase que escrevi acima e que vou enfatizar colocando entre parênteses agora: (não está nos meus planos ter uma nova cicatriz pelo mesmo motivo). Por que escrevi isso? Porque ninguém está isento de se machucar, a todo instante corremos este risco, mas devemos nos esforçar para não nos machucarmos da mesma forma duas, três, cem vezes...
Eu jamais irei andar por um alicerce de um prédio em construção novamente, porque sei que eles escorregam e que sempre haverá uma pedra afiada na sua base a espreita de um pobre joelho desavisado!
Entenderam o que eu quis dizer?
Que bom que entenderam! Agora vamos para a segunda parte da história! ...
Algumas pessoas são mais afiadas, frias e duras do que a pedra que furou o meu joelho! Acreditem, elas podem fazer estragos bem maiores em sua vida!
E não me refiro a apenas relacionamentos amorosos, mas em todos os tipos de relacionamentos! Às vezes essas pessoas se aproveitam apenas de uma distração sua(se aproveitam da confiança que você deposita nelas), para te derrubar e ferir.
Quando isso acontece, a dor que você sente é terrível, porque você simplesmente não espera que AQUELA pessoa possa te ferir um dia! Simples assim!
Depois da amarga surpresa de ser ferido por alguém que julgamos jamais ser capaz de fazer tal coisa, vem a segunda dor, a dor do ferimento em si, que dependendo do grau de intimidade existente pode atingir várias camadas da sua alma, como sua autoestima, e sua confiança nos outros, por exemplo.
O tempo vai passar, e a sua ferida na alma vai ser sua companheira por um BOM (ou seria ruim?) tempo!
Vai doer, vai doer de novo, e de novo, e de novo e de novo...
Às vezes essa ferida tá quase fechando, daí você esquece a dor, e o que você faz?
Se joga na pedra novamente!
Você acredita que dessa vez vai ser diferente e que a pedra não vai te ferir porque ela mudou de estado! A pedra agora, não é mais uma pedra fria e tudo vai ser diferente! Mas, não vai! A menos que você tenha habilidades fabulosas de alquimia da essência humana, a pedra fria sempre será uma pedra fria. E irá te ferir ainda mais, porque irar penetrar ainda mais fundo na sua ferida já aberta!
Sacou o lance?
Parafraseando aquela velha frase de “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura” eu te digo: “Alma mole em pedra dura, tanto bate e SEMPRE FURA!”

Luciene Linhares

03 de Setembro de 2015

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