sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Prefiro um “se der certo...” do que “eu juro que...”





Prefiro um “se der certo...” do que “eu juro que...”

Me perdoem os românticos e religiosos de plantão, mas aquela velha promessa feita na hora do sim é simplesmente utópica!
“Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?”
Fala sério!... Seria bem mais honesto e real se fosse substituído por: “Você aceita esta pessoa com seus defeitos e virtudes até o dia em que achar conveniente?” porque é isto o que acontece na prática. Não somos donos sequer do minuto seguinte, quanto mais do amanhã. Então como poderemos prometer amar e respeitar uma pessoa até que a morte nos separe?
A convivência é algo extremamente difícil, nós somos difíceis. Temos nossos defeitos e virtudes, e pra piorar a situação, somos mutáveis. A vida não é uma equação matemática onde 2+2 serão sempre 4.
O cara atencioso, romântico e fiel que você conheceu hoje, dificilmente permanecerá assim depois que a rotina e as contas do mês chegarem. Ainda mais se ele tiver aquela colega de trabalho gostosa que curte um lance livre, aí o risco dele “mudar” o comportamento será ampliado.
A vida tem me mostrado que o “pra sempre, sempre acaba MESMO”!
Daí, você deve tá se perguntando assim como eu já fiz um dia: “Mas, afinal o que fica quando o “pra sempre” acaba?
Bem, por tudo que já vi e vivi nestes anos de experiências momentâneas de “pra sempre” é que além de acabar, ele leva consigo nossa fé nas coisas que nos ensinaram sobre relacionamentos, porque somos treinados a acreditar que eles realmente vão durar até que a morte nos separe. E deixam como saldo uma dor sufocante, uma sensação de frustação e fracasso devastador.
Nos pegamos num misto de incredulidade e culpa sem precedentes, afinal, o fim de um relacionamento traz sempre esta sensação de que em algum ponto fracassamos, visto que esperávamos que durasse.
Mas, aí está toda a problemática da história! Temos que entender que não fracassamos, apenas durou o tempo que tinha que durar e ponto final.
Relacionamentos possuem prazo de validade e este prazo está exclusivamente ligado as atitudes dos envolvidos, não é uma promessa boba que o fará durar até a morte os separe, mas a conduta e o interesse existente na relação.
Relacionamentos são vias de mãos dupla, não adianta você fazer a sua parte se o outro não tem interesse em fazer a parte dele, uma hora a promessa será quebrada, junto com o seu coração. E você terá que recolher os pedaços e seguir em frente.
E a vida vai seguir e outra promessa pode surgir em sua frente, cabe a você decidir até quando acreditará que ela será para “sempre?”.
Eu sou completamente avessa a promessas e juras, para mim isto é a forma mais grotesca de manipulação. Prefiro um “se der certo...” do que “eu juro que...”. Aprendi com a dor que o melhor é não esperar o melhor, mas apenas viver cada momento com tudo que ele tem a oferecer. Isto também não quer dizer que eu espero o pior o tempo todo, seria loucura, mas apenas que, procuro não nutrir expectativas mirabolantes.
A dor de uma promessa quebrada é diretamente proporcional a credibilidade que você deposita nela. Então, amigos... Menos promessas e mais ação!

Luciene Linhares
08 de Agosto de 2014