A Fabíola que há em todos nós
Na Idade Média pessoas eram jogadas na cova
dos leões para serem devoradas enquanto uma multidão enfurecida vibrava euforicamente.
Hoje as pessoas são jogadas nas redes sociais para serem devoradas pelas
palavras de ódio digitadas por uma população ignorante que mesmo com todo
recurso tecnológico a sua disposição, ainda se mantém firme na apreciação de
horror que a dor do outro lhe causa.
Um caso tem repercutido bastante nas redes sociais,
a traição praticada por uma moça chamada Fabíola e o “melhor amigo” de seu
marido, o Léo. Ambos foram flagrados na porta do motel. Outro “amigo” do marido
registrou toda a confusão com um celular e divulgou nas redes sociais.
Diante disto tudo podemos fazer alguns
questionamentos e também reflexões!
O que o amigo ganhou divulgando as imagens da
traição? (Será que não havia nisso tudo uma pontinha de inveja, por talvez,
quem sabe, a “Fabíola” não o ter querido no lugar do Léo)
Ele realmente pensou no bem estar do amigo
que estava sendo traído?
Pensou na destruição que isto causaria a
pessoas inocentes que nada tem a ver com toda aquela confusão? (pra resumir,
vamos incluir aqui apenas os filhos do casal).
A internet é uma ferramenta maravilhosa, mas
também é um lugar de justiceiros ignorantes, egoístas e cruéis.
Quando vejo alguma referencia ao caso, dou
uma olhada nos comentários que se seguem, e o há sempre uma enxurrada de
palavrões, acusações e ameaças para a Fabíola.
Será que a culpa foi só dela?
Claro que não!
A traição envolve outras pessoas também, mas
ninguém se dá ao trabalho de enxergar que ali existe um ser humano com defeitos
e virtudes. Quase ninguém enxerga o “melhor amigo” como culpado também. Aliás,
ele continua sendo o “melhor amigo”, enquanto a Fabíola, coitada, essa tem
garantido um coleção de insultos.
O erro que esta moça cometeu não anula a pessoa
que ela é. A Fabíola, é mãe, filha, amiga, irmã, neta, sobrinha... Ela possui
uma identidade que está sendo corrompida, desfigurada e suja por pessoas que
não se dão ao trabalho de se por no lugar do outro. Pessoas que nem a conhecem,
não sabem de sua realidade, não sabem que tipo de relacionamento ela mantinha
com o marido para que ela seguisse por este caminho de erro.
A hipocrisia reina! Os dedos que digitam
acusações e insultos são os mesmos que traem nos whatsapp, no Facebook e em
tantas outras redes...
E se Fabíola fosse sua mãe? Ou quem sabe, sua
filha? Ou ainda a sua irmã? Ser que vocês pensariam da mesma forma? Se fosse da
sua família seria puta também? Não, né?!
É muito fácil jogar aos leões quando não é o
nosso sangue que corre nas veias!
16 de Dezembro de 2015
Luciene Linhares
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