sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Eu preciso dizer o que sinto e não sinto muito se isto te incomoda


Eu preciso dizer o que sinto e não sinto muito se isto te incomoda

Quando postei o texto com o título “A Fabíola que há em todos nós”, alguns amigos queridos me ligaram e enviaram mensagens para mim, todos pediam que eu retirasse o texto do ar, pediam para que eu revisse minhas palavras, pois o texto era “muito comprometedor”. Meus amigos alegavam que as pessoas podiam pensar que eu estava defendendo a “Fabíola traidora” por trair também.
O que eles e talvez muitos outros que leram aquele texto não tenham pensado é que eu estou cansada de ver o erro e ficar calada. Estou cansada de ver tanta hipocrisia e falsidade sem nada fazer. (Fabíola errou quando traiu o marido, mas isto não dá o direito de todos a apedrejarem nas redes sociais, essa arena de leões virtuais).
A maturidade está chegando pra mim e com ela a falta de paciência para engolir sapos, eu preciso dizer o que sinto e não sinto muito se isto incomoda.
Coincidentemente é a segunda vez nos últimos dias que minhas palavras não agradam ao ponto de que eu receba pedidos para retirá-las.
Não retiro palavras, ainda mais dos meus textos. Elas são parte de mim, possuem os meus valores, os meus pensamentos, os meus sentimentos. Elas são o meu Eu por escrito.
No outro episódio que escrevi algo que não agradou, o caso se deu devido um professor arrogante ter me exposto ao ridículo em sala de aula se aproveitando de sua posição. Ele teceu comentários sobre o conteúdo do meu trabalho acadêmico de forma a me ridicularizar em sala e dois dias depois tornou a comentar o mesmo erro me expondo novamente ao ridículo. Obviamente que não gostei, mas em nome da educação que meus pais me deram, calei-me em sala e numa conversa privada por mensagens no Facebook eu falei que não tinha gostado, que a conduta dele foi medíocre e antiética e que eu exigia que da próxima vez ele me corrigisse minhas atividades de forma ética e acadêmica, sem me expor.
Sabe o que aconteceu depois que mandei a mensagem?
O professor se sentiu ofendido e “gentilmente” me mandou retirar o que eu tinha dito para ele.
Como NÃO retirei, ele tentou me “amedrontar” dizendo que levaria a conversa para a coordenação do curso.
Parecia uma piada de mal gosto! Eu realmente não queria acreditar que ele tinha usado isso, porque eu não era criança para que ele pudesse achar que a coordenação fosse motivo para me intimidar. Mas, lá fomos nós para a coordenação...
Chegando lá, aconteceu o esperado: “O professor não quis ofender, você deve ter se enganado com a forma como ele falou”. E ainda tive que ouvir da coordenadora que: “você é a única aluna que fala mal dele na instituição. Todos os outros alunos o consideram o melhor professor daqui”.
O que não é verdade! Todos os alunos da instituição o TEMEM! O que é bem diferente de respeito e admiração. Pelos corredores o que mais ouvimos falar é que este professor adora expor os alunos em sala de aula. Ele até tem conhecimento técnico sobre os assuntos acadêmicos, mas no trato pessoal ele é um BOSTA! Um grosseiro!
Ficou a minha palavra contra a dele. Lógico que não deu em nada pra ele, mas pra mim... Fui massacrada em todas as demais atividades que fiz com ele. Todas as minhas notas foram baixas, até nas atividades “subjetivas” ele achava um jeito de me ferrar. No final do semestre, todos os alunos da turma passaram por média (EXCETO EU)! Fui pra final da disciplina dele, exclusivamente na disciplina dele. Ele deu pontos para todas as pessoas passarem, mas deu um jeitinho de me deixar na final. A final foi pesada, com questões abertas, mas EU PASSEI (por esforço e méritos exclusivamente, meus!)
As pessoas temem pagar por suas palavras, mesmo quando delas dependem uma condição de vida mais digna. E assim a impunidade e o medo apagam parte da história de vida de tanta gente.
Nada apaga ou paga a satisfação de seguir o coração no caminho certo.
A propósito, não retiro nenhuma das palavras acima!

Luciene Linhares
18 de Dezembro de 2015


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