segunda-feira, 26 de junho de 2017

VOCÊ É UM SER EM CONSTRUÇÃO


VOCÊ É UM SER EM CONSTRUÇÃO

O meio em que vivemos não faz diferença em que somos de verdade, temos o livre arbítrio para decidir, escolher e assim traçar nosso próprio caminho.
Como todo ser humano eu tive dias ruins e dias bons, tive uma infância marcada por muitos acontecimentos que poderiam me levar para muitos caminhos diferentes do que sigo hoje, mas eu escolhi estar exatamente aqui onde estou.
Meus pais, como todos os pais do universo acertaram e erram na minha educação, assim como eu erro e acerto com minhas filhas. O que fez a diferença entre os erros e acerto dos meus pais foi a minha forma de enxergar tudo isso. Eu os observava e quando fui tomando consciência de quem eu queria me tornar, comece a absorver o que eu achava bom deles e repelir com todas as minhas forças o que eu achava ruim.
E é assim que venho trilhando meu caminho até hoje, com a diferença de que mais pessoas entraram para a lista de educadores de vida (pois todas as pessoas que passam por nossas vidas tem algo a nos ensinar), com alguns aprendo coisas maravilhosas e belas, como o respeito e o cuidado com os animais. Com outras, eu aprendo a não ser como elas, egoístas, arrogantes e orgulhosas.
Eu sou um ser em construção, sou um pouco de cada sentimento que escolhi guardar em mim, mas nem todos seguem o padrão, mesmo porque não somos robôs com padronização em série. Cada um tem sua forma de observar, entender e absorver o que a vida lhes proporciona.
Ao longo dessa jornada eu conheci pessoas que nasceram num lar destruído, onde a mãe era alcoólatra e para manter o vício se prostituía, mas seus filhos seguiram caminhos opostos ao dela. Embora tenham nascido e crescido dentro da prostituição, eles repeliram o que abominavam na mãe e reescreveram a história de suas vidas de forma diferente.
Eles aboliram todo e qualquer vestígio da personalidade da mãe na vida deles, porque tinha mais motivos para mágoas e rancores do que para orgulho. No fundo ficou um déficit, que se reflete na forma como se relacionam com as pessoas hoje, a mãe, embora vivesse uma vida errônea, era valente e guerreira. Lutava do seu jeito para manter os filhos como podia. O alcoolismo destruiu não só a vida dela, mas a contribuição que ela poderia dar aos filhos.
Por ter tão pouco, os filhos dessa mulher alcoólatra se acostumaram com o mínimo. O mínimo de atenção, o mínimo de felicidade, o mínimo de prazer, o mínimo de felicidade...
Repeliram com tanta intensidade a figura materna que se esqueceram de absorver o que ela tinha de bom para doar, a valentia de enfrentar a vida de pé, mesmo depois de ter sido derrubada. Hoje os filhos dessa mulher possuem suas próprias famílias e as relações continuam sendo conturbadas, porque aprenderam a sobreviver, não a se defender. A submissão marca as relações destas pessoas que vivem subjugadas as vontades do cônjuge que se apropria da situação. Se tivesse absorvido a força da mãe não estariam vivendo como vivem.
O maior desafio desta vida é não ser apenas uma esponja, absorvendo tudo que nos é colocado à frente, mas um selecionador de conteúdo vivido.
Em cada esquina, em cada contato com o outro você terá a oportunidade de se tornar um ser melhor ou pior. Não é o meio ou o destino que define suas experiências, mas você.
De gente hipócrita, manipuladora e aproveitadora o mundo está cheio, cabe a você ter a força de não absorver este veneno e de lutar para se livrar das armadilhas que são colocadas ao longo do caminho. Só não vale se tornar mais um hipócrita, atribuindo aos outros o sofrimento que você aceitou vivenciar, compactuar com as mentiras dos outros para manter o circulo de infelicidade e aceitar tudo em nome do “amor”, porque de amor, a manipulação não tem nada.
Ps.: Me perdoem! Mas, a culpa não é da situação, mas sua, que aceita como “normal” os erros cometidos em nome da “falta de sorte”, “dinheiro” ou “amor”, quando na verdade o que falta é caráter e coragem para escolher o que há de melhor nesta vida.
Luciene Linhares
25 de Junho de 2017



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