VOCÊ É UM SER EM CONSTRUÇÃO
O
meio em que vivemos não faz diferença em que somos de verdade, temos o livre
arbítrio para decidir, escolher e assim traçar nosso próprio caminho.
Como
todo ser humano eu tive dias ruins e dias bons, tive uma infância marcada por muitos
acontecimentos que poderiam me levar para muitos caminhos diferentes do que
sigo hoje, mas eu escolhi estar exatamente aqui onde estou.
Meus
pais, como todos os pais do universo acertaram e erram na minha educação, assim
como eu erro e acerto com minhas filhas. O que fez a diferença entre os erros e
acerto dos meus pais foi a minha forma de enxergar tudo isso. Eu os observava e
quando fui tomando consciência de quem eu queria me tornar, comece a absorver o
que eu achava bom deles e repelir com todas as minhas forças o que eu achava
ruim.
E
é assim que venho trilhando meu caminho até hoje, com a diferença de que mais
pessoas entraram para a lista de educadores de vida (pois todas as pessoas que
passam por nossas vidas tem algo a nos ensinar), com alguns aprendo coisas
maravilhosas e belas, como o respeito e o cuidado com os animais. Com outras,
eu aprendo a não ser como elas, egoístas, arrogantes e orgulhosas.
Eu
sou um ser em construção, sou um pouco de cada sentimento que escolhi guardar
em mim, mas nem todos seguem o padrão, mesmo porque não somos robôs com
padronização em série. Cada um tem sua forma de observar, entender e absorver o
que a vida lhes proporciona.
Ao
longo dessa jornada eu conheci pessoas que nasceram num lar destruído, onde a
mãe era alcoólatra e para manter o vício se prostituía, mas seus filhos
seguiram caminhos opostos ao dela. Embora tenham nascido e crescido dentro da
prostituição, eles repeliram o que abominavam na mãe e reescreveram a história
de suas vidas de forma diferente.
Eles
aboliram todo e qualquer vestígio da personalidade da mãe na vida deles, porque
tinha mais motivos para mágoas e rancores do que para orgulho. No fundo ficou
um déficit, que se reflete na forma como se relacionam com as pessoas hoje, a
mãe, embora vivesse uma vida errônea, era valente e guerreira. Lutava do seu
jeito para manter os filhos como podia. O alcoolismo destruiu não só a vida
dela, mas a contribuição que ela poderia dar aos filhos.
Por
ter tão pouco, os filhos dessa mulher alcoólatra se acostumaram com o mínimo. O
mínimo de atenção, o mínimo de felicidade, o mínimo de prazer, o mínimo de
felicidade...
Repeliram
com tanta intensidade a figura materna que se esqueceram de absorver o que ela
tinha de bom para doar, a valentia de enfrentar a vida de pé, mesmo depois de
ter sido derrubada. Hoje os filhos dessa mulher possuem suas próprias famílias
e as relações continuam sendo conturbadas, porque aprenderam a sobreviver, não
a se defender. A submissão marca as relações destas pessoas que vivem subjugadas
as vontades do cônjuge que se apropria da situação. Se tivesse absorvido a
força da mãe não estariam vivendo como vivem.
O
maior desafio desta vida é não ser apenas uma esponja, absorvendo tudo que nos
é colocado à frente, mas um selecionador de conteúdo vivido.
Em
cada esquina, em cada contato com o outro você terá a oportunidade de se tornar
um ser melhor ou pior. Não é o meio ou o destino que define suas experiências,
mas você.
De
gente hipócrita, manipuladora e aproveitadora o mundo está cheio, cabe a você
ter a força de não absorver este veneno e de lutar para se livrar das
armadilhas que são colocadas ao longo do caminho. Só não vale se tornar mais um
hipócrita, atribuindo aos outros o sofrimento que você aceitou vivenciar,
compactuar com as mentiras dos outros para manter o circulo de infelicidade e
aceitar tudo em nome do “amor”, porque de amor, a manipulação não tem nada.
Ps.:
Me perdoem! Mas, a culpa não é da situação, mas sua, que aceita como “normal”
os erros cometidos em nome da “falta de sorte”, “dinheiro” ou “amor”, quando na
verdade o que falta é caráter e coragem para escolher o que há de melhor nesta
vida.
Luciene
Linhares
25
de Junho de 2017
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