sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Caçando piolhos no lugar de pokémom



Caçando piolhos no lugar de pokémom

Há poucos instantes eu estava no Facebook com uma amiga de infância, da qual passei anos sem ter contato, mas que pela oportunidade das redes sociais nos reencontramos e embora divergirmos em muitos assuntos, entre eles a visão religiosa que possuímos, nos damos muito bem, conversamos sobre todos os assuntos e temos a delicadeza que só a educação e o respeito é capaz de proporcionar as pessoas. Quando em uma discussão percebemos que não mudaremos o pensamento uma da outra, simplesmente, admitimos a diferença e mudamos de assunto, sem insistências desnecessárias que poderiam nos levar a uma discussão mais acirrada e quem sabe até, a um desentendimento.
O conteúdo da conversa de hoje iniciou-se quando postei uma foto na qual comparavam a caça de piolhos com a de pokémom (este jogo que virou febre).
Minha amiga viu a postagem e através dela fizemos uma viagem pelo passado e por tudo que nos fez tão felizes quando crianças. Ela falou que a mãe dela tirava tudo com um pano branco e álcool, este método eu desconhecia, pois minha mãe era mais de pente fino mesmo, ela nos sentava no final da tarde no terraço da casa e começava a caça aos “Poképiolhos” e não sossegava até não encontrar nenhum bichinho bandido de sangue.
O horário que minha mãe escolhia para caçar os “Poképiolhos” coincidia com o meu momento de diversão que era o fim de tarde, antes do sol se por, pois, tínhamos horários para sair e para voltar. e cumpríamos com exatidão este horário pré estabelecido, na certeza de que a desobediência nos custaria a perda da liberdade do outro dia ou mesmo uma chinelada das “boas”.
Minha amiga vivia esta mesma liberdade que nos causa tanto saudosismo e foi pensando nisto que pudemos ver o quanto nossos filhos perderam com o quanto nossos filhos perderam com a evolução tecnológica e comunicacional. Isto sem falar no aumento da violência.
Nós não possuíamos celulares ou computadores, mas nossa comunicação era intensa e feliz. Conhecíamos todos os nossos vizinhos, nos divertíamos juntos, estourávamos os joelhos em quedas de bicicleta e perdíamos a cabeça dos dedões nas pedras pelo meio do caminho, mas não perdíamos a capacidade de levantar e recomeçar. Éramos mais felizes e livres que as crianças de hoje.
É certo que a violência gerou essa gaiola para nossos filhos, não podemos mais correr o risco de deixa-los andando de bicicleta no final de tarde, porque na melhor das hipóteses eles ficarão sem a bicicleta.
Os nossos filhos são como pássaros engaiolados comparados a liberdade que possuiamos. Me pergunto até que ponto podemos considerar “evolução” o que vivenciamos hoje em dia?
Deu até saudades dos piolhos! A gente deixa a felicidade passar e só depois se dá conta que esteve frente a frente com ela!
Luciene Linhares

19 de Agosto de 2016

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