O
poder (PODRE) da religião
Quando
engravidei pela primeira vez eu fiquei na neura de ensinar religião para a
minha filha. Logo eu que já havia passado por diversas religiões, que já tinha
estudado diversos conceitos, dogmas e valores religiosos, me via agora na
obrigação de conduzir outro ser para andar nos caminhos de Deus.
Sempre
tive receio de ensinar ou induzir quem quer que fosse a religião que eu seguia,
pois tinha a certeza de que a verdade era algo que nenhum ser humano a possui
por completo e eu não tinha intenção de levar ninguém ao erro. Preferia
acreditar que o coração de cada um era uma bússola que conduziria a Deus.
Mas,
agora tudo era diferente! Minha filha nasceria em poucos meses e eu precisava
incorporá-la em algum segmento religioso, para que tivesse a conhecesse a Deus.
Em contrapartida tenho que admitir que via na religião uma forma de manipulá-la
para o seu próprio bem, visto que algumas dessas religiões mantém um padrão
comportamental mais educativo e rígido (esse já era o meu lado super protetora
entrando em ação, pois eu queria o melhor para a minha filha e achava que
enfiando ela numa igreja, iria mantê-la longe de alguns males).
Comecei
a frequentar uma igreja evangélica pertinho de minha casa, fui para algumas
reuniões e tudo ia caminhando muito bem, até que uma certa noite a esposa do
pastor faltou ao culto e após o termino do culto, quando questionado o pastor
afirmou que a amada esposa estava doente e que por isto não tinha vindo a
benção do culto. Todos ficaram sensibilizados pelo ocorrido e desejaram
melhoras para a esposa.
No
outro dia eu encontrei a cunhada do pastor com um olho roxo e como éramos
amigas, eu perguntei o que havia acontecido e para meu espanto ela falou que
tinha sido agredida pelo pastor ao tentar defender sua irmã de uma surra.
O
hipócrita que falava sobre o amor de Deus era o mesmo que surrava sua “amada
esposa” e a pobre cunhada que tentou defende-la!
Nunca
mais fui nesta igreja!
E
percebi que eu não precisava estar ali para apresentar Deus para as minhas
filhas, pois Ele é onipresente, sendo assim posso muito bem leva-las para
visitar os necessitados, os enfermos e a natureza, pois em todos estes lugares,
ela poderá ver Deus.
E
foi assim que fiz!
Apresento
Deus em cada criatura, em cada obra sua nesta terra e tem dado certo. Elas
conhecem e respeitam a Deus através de sua obra. Elas têm aprendido dia a dia
que não é a religião que faz o caráter, mas o respeito que se tem por tudo e
por todos.
As
palavras possuem poder, mas palavras sem atitude, são apenas palavras...
Não
é o que você diz que fala sobre você, mas o que você faz diz quem você é.
Luciene
Linhares
06
de Janeiro de 2016
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