domingo, 10 de janeiro de 2016

Quem se apega a “pegada”



Quem se apega a “pegada”

Escolhas não são fáceis, todas elas trazem perdas e ganhos. A questão é: o que vai ser perdido e o que se ganhará em troca!
Há algum tempo atrás uma amiga estava apreensiva sobre um novo relacionamento, ela já tinha vivido algumas experiências e como acontece com todo mundo, tinha suas cicatrizes e suas saudades.
Ela, assim como todos nós, meros mortais, criamos um perfil mental do que acreditamos ser a perfeição num relacionamento, magro, gordo, alto, baixo, com barba, sem barba, com pegada, sem pegada, sério, brincalhão, sedutor, chato, rico, pobre (acredite, ainda existe mulheres que buscam um cara legal, não um cartão de crédito).
Tudo tem que se encaixar direitinho na nossa mente para que a coisa ande, criamos um personagem que na grande maioria das vezes se desfaz nas primeiras cenas de amor não correspondido, afinal, o outro não é obrigado a seguir o nosso roteiro mental. Nos deparamos com os defeitos que não foram programados pela nossa paixão cega e isso complica bastante!
Foi assim que a minha amiga se sentiu quando percebeu que embora seu namorado fosse um homem gentil, carinhoso, atencioso, companheiro e super fiel (acredite 2, isso ainda existe na espécie masculina) ele não tinha “a pegada” que ela tanto queria.
Ela apenas esqueceu que o namorado anterior tinha a famosa “pegada”, mas no pacote de “felicidade” estava incluso a total falta de respeito pelos sentimentos dela, na verdade eu até acho que o cara nem sabia o que significava “ter sentimentos”! Ele era vazio e insensível, só a procurava quando não tinha mais nada para fazer e deixava isso bem claro. Atendia ao telefone quando tinha vontade, não respondia as mensagens, não dizia para onde ia, dava bolo em cima de bolo, ou seja, ela tinha apenas a “pegada” quando ele não tinha mais quem pegar.
Atendi inúmeras ligações dela aos prantos por causa do desprezo que o cara dava, quando nos encontrávamos, era a mesma ladainha... Sempre falando da falta de consideração e reciprocidade do pegador. Até sua aparência estava ruim, já não se cuidava como antes, a tristeza nos transforma.
Nenhuma pegada substitui a paz que um relacionamento com respeito e reciprocidade traz. O prazer momentâneo é um ingresso para um abismo de solidão e tristeza. Mas, tenho certeza de que todos nós sabemos disto, mesmo não querendo admitir...
E cabe a cada um de nós escolher que tipo de relacionamento deve permanecer em nossa vida.
Minha amiga escolheu ser feliz, escolheu abandonar a “pegada” que só pegava a sua felicidade para destruir. Escolheu um amor tranquilo e reciproco! Coisa linda de se ver! O que julgamos ser imprescindível, às vezes, nada mais é, do que um obstáculo para a nossa felicidade. Uma prova que precisamos superar para alcançar o que almejamos, um amor que valha a pena.
Luciene Linhares
10 de Janeiro de 2016



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