EU QUERO MORRER DE AMOR
Essa
frase pode até parece bonitinha e romântica, mas ela não tem nada disso!
Primeiro que ao decidir morrer de amor, você deixa de viver, para você e para a
as demais pessoas que estão ao seu redor.
Quando
você se permite morrer de amor por alguém, automaticamente você deixa de viver
para o que realmente importa: Você!
E
essa forma doentia de sentimento exacerbado, tende a levar as pessoas a
caminhos sombrios e muitas vezes sem volta.
A
pessoa fica cega e porque não dizer, burra! Porque vai de encontro aos seus
instintos, aos conselhos de pessoas queridas e a própria realidade vivenciada.
E por mais que o objeto de sua obsessão a faça mal, ela sempre vai encontrar
uma justificativa para o erro da pessoa.
Essa
semana em uma entrevista de emprego ao qual participei, tive a triste
oportunidade de ouvir a história de uma mulher que literalmente morreu de amor.
A moça que estava ao meu lado, contou-me com riqueza de detalhes como havia perdido
a irmã para um “amor”.
Ela
tinha apenas 35 anos, cinco filhos, um divórcio e muitas dificuldades
financeiras, quando conheceu o que ela considerava “o amor de sua vida”, aquele
que fazia dela a mulher mais feliz do mundo. Ele possuía uma característica
comum a todos os cafajestes, “o dom de manipulação através de carinho, atenção
e muita lábia”.
No
inicio tudo foi maravilhoso, ela estava radiante! Até que sua irmã percebeu em
seu braço uma mancha roxa estranha. E quando a questionou, ela falou que tinha caído
quando tentava ajudar seu amor na carvoaria.
Na
semana seguinte ela apareceu com arranhões e mais manchas roxas nas pernas e
braços. A irmã começou a desconfiar do que estava acontecendo e novamente a
questionou sobre os machucados e novamente ela mentiu dizendo que tinha caído
num barranco quando vinha de moto da carvoaria.
Cinco
dias depois, ela apareceu com uma mancha roxa na bochecha, e quando
questionada, deu as mesmas desculpas esfarrapadas. A irmã não se deu por
satisfeita, então aproveitou o horário em que ela estaria no trabalho e foi até
a sua casa para tentar descobrir com os filhos dela o que realmente estava
acontecendo.
Ao
questionar a sobrinha, a menina mais de dezesseis anos falou tudo o que vinham
passando. Disse que o “amor” da vida de sua mãe, a espancava juntamente com
seus cinco filhos. Falou também que o conselho tutelar já tinha ido duas vezes
na residência, mas que o agressor ameaça a todos de morte, caso falassem a
verdade. Então, as crianças mentiam e tudo seguia como estava.
A
mulher ao ouvir tudo aquilo ficou horrorizada e foi falar com a irmã. Dessa vez
ela não tinha como mentir, pois os seus filhos haviam contado toda a verdade. Ela
e seus filhos estavam sendo agredidos e ameaçados diariamente pelo canalha que
ela considerava o “amor de sua vida”.
A
mulher agredida começou a chorar e confessou que tudo havia começado com um
simples empurrão, que ele era muito nervoso, porque trabalhava demais na
carvoaria. Mas, que ela o amava demais para deixa-lo, mas que ele iria mudar. E
que na verdade, a culpa por ele perder a paciência e agredi-la, era dela, pois
ele era muito “bonito” e ela tinha muito ciúme, e reconhecia que o pressionava demais
e que por isso ele a batia e as crianças apanhavam porque tentavam defende-la
das agressões.
A
mulher não acreditava no que estava ouvindo! Não conseguia acreditar como uma
pessoa agredida, podia defender seu agressor. Justificando o comportamento dele
pelo amor que sentia. Isso não era amor! Era doença e como tal, iria mata-la!
As
duas mulheres discutiram e romperam a relação nesse dia. A irmã que era
agredida, disse que não queria que ninguém se metesse em sua vida e que a
partir daquele momento iria viver a sua vida e não queria ser interrompida.
Mas, quinze dias depois, a vida dela foi interrompida por várias pauladas em
sua própria casa. O seu “amor”, mandou seus filhos brincarem na casa da vizinha
a pauladas, covardemente a matou.
A
tarde chegou ao fim e as crianças retornaram para casa, encontrando sua mãe
morta e desfigurada pelas pancadas.
A
mulher que queria morrer de amor teve seus sonhos transformados em pesadelos. E
o pior de tudo é que ela não conseguiu acordar a tempo para ver a diferença
entre amor e doença.
O
que a matou, não foi o amor, pois amor é vida, alegria e benção! O que a matou
foi uma doença que acomete muitas mulheres e também homens, que se deixam subjugar
pelos caprichos do outro. Baixa autoestima e a falsa sensação de que nunca
encontrará alguém “tão especial quanto”, levam muitas pessoas a loucura da obsessão.
Amor
é liberdade de querer estar junto. É não possuir e mesmo assim, ter o amor do
outro. Posse ficou para objetos, não para pessoas. Pessoas não se doam, compartilham
o que possuem de melhor com quem merece ter o seu melhor.
Se
você está lendo isso agora e em algum momento se identificou com o que Socorro
(a moça que foi assassinada) vivenciou, pule fora! Acorde, amiga! Não é só um
empurrão! Não morra de amores por quem pode de fato tirar a sua vida!
Luciene
Linhares
12
de Janeiro de 2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário